domingo, setembro 24, 2006

Com saudades

Casas de ar
São vozes sem sons
Balas que assustam tubarões
Nas janelas do não mais ver
Peças ao mar
A repintar ser
Atores de saber bem ver
Esperanças e aflições.

Busquemos arte de dissolver
Muros que escondem viver
Pelas ruas sem corações.

Rasga-me a fé
Meu amor de voar
Pelos penhascos sem mar
Da inversão das artes
Eu que sou cor sem mais céu
Filho de marte que vê
Sóis, cidades.

Penas de olhar
Asas, rosas, véus
Caem sobre meu não viver
Eu que calo-me ante a cruz
E faço luar do meu vago ver
Rimo estrelas com teu você
Já não sei-me saber sem mel.

E todo o mel
Toda flor do meu mar
É talvez te esperar
Rebuscando saudades
E redescobrir ouro ar
Abrio as asas dos tão meus
Passos d'arte.

Baila-me lá
Cruzes de bom céu
Ruas largam-me, largas ao léo
Pelos cantos das multidões
Eu tão incréu
Não vejo-me ao mar
Drago espadas de esperar
Com o intuito de ser canção.

E trago féu
Por tua flor, teu olhar
Sonho-te com o espantar
Das vegonhas sem marte
Que calo com ardor meu
Misturando ser e crer
Com saudades.

Nenhum comentário: