sexta-feira, setembro 29, 2006

Jogados com homem ao chão

Salgue nosso sol à luz
E reveja milhões de estrelas
Astronaves canibais
Dançam nos versos sem destreza
Sem nem perguntar depois
Se as paisagens são imensas
Nos atos descalços
De nosso corpo ao chão.

Note bem meu bem querer
Pois eu nunca acho que estou certo
E se eu perguntar procê
Posso precisar de um belo ato
Calado
Nos passos
Mas não é de mim perguntar.

Não abandone o seio do seu céu calado
E nem me dê respeito mal emprestado
Não pergunte as horas
Nem veja o saldo
Pois posso morrer de mal inventado
Assim a aprender tudo sobre não mim.

Perceba que o sol dá luz
Sem nem notar as filipetas
Que um menino distribui
A passantes mortos por gravatas
E passos mal dados
Filhos da mesma opressão.

Sei que não sei ser do céu
E nem do inferno que me queira
Vejo ônibus e o obuz
Dos soldados sem certeza
E enfado
Tão fartos
Como a mim pelo mar.

Se o meu medo e meio e meu céu rasgado
Podem perceber um sonho errado
Como desdizer meu passo dado
E este meu querer sem ver contrato
Se todo meu ser é este sim?

Me perdoem se do mar
Eu não recrio mais belezas
Avenidas mil brasis
Calam-me nas noites sem veias ou calços
Nos estrados
Jogados com homem ao chão.

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