quarta-feira, setembro 27, 2006

Bela e Vera

Entre as aspas que hoje escrevo
E a síndrome de ansiosa teia
Retém brilhos toda insensatez
Das estrelas vazias
Que não te enxergam vermelha
Nas penumbras azuladas
E de mim em ti fazem Nú
Vens
Bela
Que encerra minha dissonante
Confusão de tolo infante
Preso à paz das mil manias.

Verbo que dar-te
Morena
Minha certeza calada
Não existe no fonema
Que hoje crio pra ti
Entre as linhas do distante e doloroso poema
Que traduz saudades vistas.

És bela
És vera.

E onde o ontem
Formou-se como instante?
Se há mais
Onde te avisto?

Nos extremos dos meus atos
Vejo-te canção mais terna
Talvez recrie da terna
Inversão do verso à vista
Talvez seja paixão inteira
Talvez seja carência viva
Que meus olhos contradizem
Na terna
Interna
Chama que garante o aquecimento
O instante
Da minha paz
Para tua vista.

Guardo em mim silêncio oco
E um sonho que te cria
Guardo em mim o onipresente
Deliciar-me ante a vista
De teus cabelos presentes
Pretos como noite em crista
Guardo em mim teu sabor
E tua maravilha.

És bela
És vera.

Haverá antes
Quando hoje alguns instantes
Foste mais
Que todo dia?

Deus que me dê outros braços
Outra esperança, coragem
Pra vagar pelos delírios e construí-los com arte
Salvando com rimas aladas
Os passos que hoje erram
E tranformá-los em carne
Que em festa
Se entrega
E um beijo instante
Vê-se o outro
Se pensa e garante
Novo mar
De navegadoria.

Não tenho espadas, não sou bardo
Dou-te a mim, meu amor
Com apenas duas pernas, um verso e um sonho ator
Busco teus toques de estrela
Teu sorriso de quem tem
E sacaneia o vento.

És bela
És vera
E sou errante
Busco aqui neste instante
Num apaixonar
Que o coração rima.

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