segunda-feira, setembro 04, 2006

Segunda-Feira

Me espalho pelo mar
Canso-me do amor
Me calo por saber-me ínfimo
Vou a desbundar pelo morrir
Da água deste olho sem signos.

Nascer da tolice do amar
É ver o amor como esta coisa tola
Esta arma de dor que os que morrem-se em vida
Dão às pessoas.

Não ria
Meus atos não vêm salvar mais suas vidas
As ruas
Doem no ser que embriagado
Morre na manhã sem voz
Dos dias sem sorte.

Cada palavra tem mãos
E as solto pelas sinas
As ruas
São hoje o ver
Do meu átrio
A porta que faz-me voz.

Desculpe se a dura nova forma-canção
É uma pedra, um pedaço
Uma astronave, uma ação
Quie porra seus cornos na tarde onde o meu coração
Parece acordar de um vento
Que sobe na contramão
Desta maluca avenida fria
Dos sonhos vãos.

Dane-se o tempo
Eu quero é a duna
Daquele inverno onde a morte dava bom dia
Já não lembro da memória
Minha esperança é o ato bom da paz
Hoje acordo pra saber
Que minha verdade ainda é o meu sustento
E meus dotes de versos e inventos
São a morte do medo e do tempo
Onde alguém me dava paz.

Não há meninos, mortes ou redes
Que neste salto já me salvarão
Só meus braços são presentes
Nestas manhãs sem ninguém
Onde nasço por querer
E não reparo se existem novos ventos
Pois meus passos são somente imensos
Feitos do meu tamanho, meu intento
Que corróio dores mortas e do vento reconstroem paz.

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