quinta-feira, setembro 21, 2006

Janelas

Nota o espelho de espuma
A página em riste
O alto inventário
A regra que ruma
Pro externo fim
Da ausência do frasco de mel
Pra infinita ausência da liz
Pro arrumado campo dos sem céu.

Será que a rua farta é hoje vida?

Olha a instância toda
A decisão, os cristos
Os padres de roupa lavada e feliz
E vê história de quarto e chapéu
De madeira velha
Lama, chafariz
Amor de sombra
Que não lambe papel.


Será que a luz sem alma é hoje vida?


E acentua esta ausência infeliz
Com o brilho do olhar que me causa o som
Nos ventos os nossos olhos
Vão no triz
De toda dubiedade da invenção
No perigoso desafio de se ser feliz
E voar.

Nota
A casa é tola
A vaga que insiste em tornar-se espaço
De mútua loucura
De paisagens vis
É o retumbar dos jasmins
A tornar-se calma e medo sem véu
Tornar-se fúria distante e infeliz
Tornar-se lua, surpresa, chapéu.


Será a janela feia hoje a vida?

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