sábado, abril 22, 2006

Como um verso

Surgem
Quase que como música
Diversas ilusões
E tons de bola
Que tocam pro passe perfeito
E misturam sons de palavras
Sem nenhum compromisso com o sentido
Ou como escracho de cada verso.

Surgem
Como simplesmente nada
Versos metrificados erroneamente
E gritos
Ritmados e perdidos
Pelos encontros de almas e socos ingleses
Destas ruas selvagens
Que me parecem belas.

Talvez Blake esteja certo
Ou os Tigres da Ira desembainhem palavras
Mais certas que o osso duro da conveniência
E desta hipocrisia deleitada
Pelos nobres de coração morto.

Talvez o vento encanado
Das praias e ruas da cidade minha
Maravilhosa ou não
Em seus delírios de grandeza perdida
Seja mais que simples parcimônia com os mortos andantes
Talvez ele seja um sopro de algo que jamais ocorreu
A libertação dos medos e máscaras que nos acorrentam
Por aí.

Surge
Como dávida
A impressão do eterno nas pedras
E o olhar dos animais que fogem
Surge
Como veia
A eterna e maldita vontade de fugir
Das regras que criam novas doenças
E novos escravismos.

Surge como a si mesmo
Como um verso.

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