terça-feira, janeiro 09, 2007

Um dia tonto

No obscurecer do mais alvo mundo
Sábia a fonte do mal-me-quer
Rabisca no mar um tom de palha
Reescreve bem viver.

Lábios se escondem na falta
Do ser, do ver
Astros comem a liz
De um dia tonto
Nem mesmo o sol mais sei.

Haverá nascer
Neste dia infeliz?
Haverá rever a existência?
Balas cortam veias no ar.

Nem mesmo lua vejo
No hábito difuso
De não descansar em paz
Reestrelo meus sonhos com o ar confuso
Das canções de beira cais.

Sem nem perceber
Me rasgo inteiro enfim
Pra poder morrer
Tendo existência.

Aves cruzam meu bom mar.

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