Chora choro sangue
Batuque de mão
Macumba criada
Corte no Alemão
Foco na cena do fogo quente
Favela
Cachorro
Obscena
Mirando defunto à vera.
É na marca do medo
É na faca do medo
Que a Dona branca se torna sangue
Que o cachorro bonitinho
Come Almas "daninhas"
O preto é corpo
É certeza que foi
Certeza do marco da arma, do mandante
Encastelado no medo que encerra
A vida, a alma no fundo dos olhos
Já assassinos
Vendo TV.
Corpo preto é certeza não irmão
É tão longe de mim
Feito de branca e funesta
Razão de correr na praia
Longe dos manos
Tão sem manos
Lave las manos
Arregaça
A arma, a mão, o cão
Todo cão
Fardado sem falhas.
Tá na mira e o mundo é quem dá o tiro
A tia é quem aperta o gatilho
E todos defendem.
É a macumba do medo
O batuque do medo
Que estilhaça o que resta exângue
Jorrando horas a fio
Aqueles jão estão na mira
E é morto, é preto, é corpo
E já foi
Não têm sol e nem barco, nem praia, nem estante
Não velejam longe das misérias
E não vão entristecer meus brancos olhos
Que vivem da lama da TV.
E é no tiro que não perco meu irmão
Minha justiça é pra mim
Pros outros é outra conversa
Minha justiça está hoje à caça
Dos Hermanos, todos manos, tão sem planos
Sem ver luz em casa
Me aperta o coração
Sem razão, medo vão
E agora minhas mãos é que apertam o gatilho
No quengo, na nuca, faca e tiro
Contra os que gemem.
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