quarta-feira, setembro 07, 2011

Olhares

Rusgas, novos modos de se ver
Espalho Deus no ar
Resgato um velho invento, vou morrer só pra ressuscitar
Minto sob lágrimas sem ter nem de me explicar
Rimo altos graus de ser e ter só pra me desmontar
Nas ruas nuas, nas vinhas, na aurora
Nas muitas dúvidas que tive outrora
Decerto ando sem sequer saber.

Dias, horas, noites de não ver
Horas de acordar
Guerras, foices, martelos de ter de ir até o mar
Olho meu olhar de ver você e como o bom sonhar
Com as agruras que teci nas horas
Repinto os dias com minha sorte e agora me finjo um plano
Rasgo o véu que vem
Risco o nome de escrever pra você ler sem saber.

Calo meu medo do estranho
Acalmo os dias cantando um som de Elomar
Reajo ao medo voando
Me jogo ao sol desumano do dia de andar
E todas as dúvidas me tiram as amarras
Avanço como um suicida nas bordas e viro anjo
Vôo a ser ninguém
Todo o bom de ser quem quer é poder não ser também.

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