quarta-feira, julho 25, 2012

No peito, no pé

Já não me aguento trágico
Nem procurando uma luz de manhã
Não tenho saco pra rádio
Nem pra comer sempre a mesma maçã
Não acredito em bons modos
Já não suporto sorrir pra correr
Prefiro jegue a moto
Prefiro o sol leve do amanhecer.

Talvez seja a velhice
Talvez seja uma voz,um afã
Uma palavra curtida
Um verso ator, uma palavra fatal
Só como o que for comida
Só cheiro o perfume que faz menos mal.

Não sei se o rumo dos fatos anda apressado como pintam alguns
Meu passo é sempre mais rápido tão ocupado em fugir da luz
Ando assim por ser alto ou por ser muitos moleques, ser dor
Por brincar nada afobado com desenhos que amo com louvor
E qual criança velhaco
Ando assim como a fulgir canções
O que me dói é passado
Prefiro a cor das mil novas manhãs
Pra sorrir a velha turma
Pra beijar a boca de minha mulher
Pra curtir o sol, a sós, as cores, as ruas
A sós com muitos, no peito, no pé.


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