sexta-feira, março 24, 2006

Anima

Arde em delírios o signo
A arte, o beijo
A incessante parábola medo
De saber-se imerso em calor.

Arde em subúrbios de meu corpo alvo
Da alma em mim
Alvo raso
De tremores e ânsias
De tudo se dar.

Arde pelo feminino que encanta
Na dor, no prazer
Neste ócio que é a própria vida
A ser bem mais
A ser ungüento benigno
Veneno que mata
Odiosa lida
Ou divino gosto supremo de ser e amar.

Pode ser menina
Ou anjo
Musa ferina
Imensa mulher
Todas tão saborosas, supremas
Infantes que trazem seu brilho ao mar.

E a mim louco insano poeta
Na chama da lama
Do ato de ser
Me entrego à anima que finda
Por fazer-me fé.

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