sexta-feira, abril 06, 2012

Taques de invento

Percorro-te convicto
Não te sei, só intuo e digo
Como és em si o vento
És também caça e sorriso,
Dá-me um sol, talvez um intento?

Olho, ardor, caminho, íntimo
Público e improviso
Calçada, canção, momento
É de mim, de todos, ritmo
Vento, invento, sol, unguento.

O que queres? O que dizes-me?
O que tendes de mim? Prossiga-me
Dá-me invento, um sol, um alento
Já que és assim tão lindo
Dê-me um sim, um não, um sítio.

Vivo em vivos benefícios
Malefícios, outros ritmos
Tambor no peito
Um tempo
Um segundo eterno, um cisco
Mundaréu de hora
Vento.

Gotas de adianto
Istmo
Mar em torno dos desígnios
Olho-te em meus momentos
Onde vejo-me meu filho
Dou-te em mim irmão e alento.

Caço como quem tem signos
Como pescador de estilos
Como inventador de tempos
Só versejo por ser íntimo
Abraça-me eterno, em tempo.

Tanta dor costurei simples nas costas dos improvisos
Tanto amor complexo e limpo
Deitei-me sob teus lindos
Jeitos de fazer-me invento.

E se afago-te e límpido peço-te o que não digo
Digo-te talvez em tempo
Horas não me são precisas
Faz-me apenas o que tento.

Reouvindo-te em tiques
Taques de invento, espírito
Dou-me assim a teu invento
Sejas-me a ti tão ínfimo
Dê-me apenas este vento.

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