quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Todo o rir, todo o ler

                                                                                   

É um desmorrer
É um livro ótimo
É o ver, o crer, o saber-se, o óbvio
O simples sabor
É por assim dizer um deslindar-se extremo
Esperar e ver o que se há
É o pequeno gesto livre de sentir-se em plena emoção
É levar-se leve
É levar-se livro
Derreter sabendo-se estio
Calar-se ao pé do ouvido de seu próprio mal.

É um saber ter a marca boa dos tombos
É passar no rosto o sol de cada tempo
É ver-se tempo
É morrer-se muro, é saber futuros
É saber querer o beijo, o ensejo
É viver o verso de Pessoa no calor das mãos
É cortar amarras, é cortar o risco
É querer sofrer e rir e ter delírios
Cortar medos sem sorrisos
Ver-se sal.

Ágil, o vento sabe tudo e mudo
Só sugere a invenção do quando
E a lida dessa vida ferve todo meu ser
Todo o rir, todo o ler.




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