terça-feira, fevereiro 07, 2006

Delírios em meu mar

Raios cortam obuzes
E misturas
Repintando loucuras, sóis e chuvas
Entre asfaltos e ruas
Lâmpadas nuas
Neste barro de horas
E canção.

Quase feitos da obsessão
Pela História que acabo repetindo
Nestes cantos revolucionários que sinto
Rebaterem-se
Qual fome
Sede
Nos braços
De quem busca em si o incendiário
Mas derrete-se em meio à paixão.

E rebrinca invernos, sóis distintos
Desta garoa que lambuza o farol
E me têm qual verão de outro dia
Dia que assina
Poemas no lençol.

Assim sendo História, Glória
Peças
No Amor pelos mundos recriados
No utópico peito incendiado
Pela luta, pelo corpo, pelo amor
Avilto a regra cujo teor
É a amarra que compreende escravo
Quem discursa contra Deuses e Diabos
Contra qualquer um que qual feitor
Nos retém quando livres pelo amor bravo
Somos Gládios
Somos Aves
Vento
Flor.

E desejo
Avanço em desatino
A Saber-me lua entre os seios
Desta voz
Que destina às tantas estrelas frias
A melodia que faz-me novo sol.

E sem mais nestes ares quase preces
Que invento em tardes de Ouro fino
Debulho palavras, versos, trigos
Percebendo delírios em meu mar.

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