quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Intervalo da Volta

Meu coração se mata
Antes de dar-se em despedida
Vulgariza-se em Sambas
Ao olhar a pretendida sorte
Do Sorriso alheio
Que não pertence-me.

Amar como quem solta-se em velas
Como quem vê no rosto
Daquela que meio anjo assalta-me o peito
A entrega de um amor desmesurado
Pleno do sofrimento da ausência
De sucesso
Platônico resultado da solidão.

E eu, bambo mambembe,
Clown sem Shakespeare,
Anacrônico no veloz mundo sem cheiros
E tintas,
Deixo-me assaltar pela melancolia
Ao ver no sorriso àquela que encanta
E mata
Por deixar a solidão e a carência
Alcançar-me
Sem o belo e romântico beijo da espera
Sem o libertar de Cavaleiro de Branco
Deste donzela petencente a leões fugidios.

Hoje brilho no escuro do encanto
Porém o que sou
Além de desalentado sonhador
Que moído em máquinas monetárias
Tenta iludir-se
Na vã onda dos que morrem diariamente?

Na ruiva fronte
Talvez deite o dom de amar-me
Porém como saber
Se talvez o encanto nada mais seja
Do que a busca daquilo que novo
É apenas o intervalo da Volta
Ao príncipe amado
Que deita ao lado
Excluindo-me.

Nenhum comentário: