quarta-feira, agosto 01, 2012

Com o mais firme pé

Arte é cruz e é arco
É casco amolado no chão
Não sei se é razão ou se é cuidado
Este passado reescrito pelo coração
Que pinta luzes e prantos, como pombas desenhadas à mão
Como se o minuto, o canto e o mundo
Fosse desmundo, amor, pura paixão.

Arte talvez seja isso
Esse delírio imerso na cor
Talvez seja amor
E amor qual vício que nos exige um sabor, um querer
Talvez seja vida e a ânsia
De ver o sumo do vento nascer
Como quem rompe muralhas
Como quem acorda pra sorrir, crescer.

Não tenho nos olhos rastros
Minha arte é coisa que deita-se ao chão
Como quem brinca de mundo
Recuperando do urro a cor
E se percebe matilha
Feito de ruas, de praias, de ver montanhas serem tão cinzas
Que quase verde se tornam viver.

E esta arte que faço
Como quem curte um couro de dor
E sorri, moleque avoado nas manhãs,
Um belo muito obrigado
O gosto fútil da alma pagã
E as frutas tão nuas
Desenhadas no colo da mesma mulher
Pelo sorriso e rugas
Cosntruídos com o mais firme pé.


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