terça-feira, agosto 07, 2012

Inversa paz

Raia a paz, raia o pranto
Nas mãos o gume que a terra afia
Nos olhos a estrada, a cancha
A rua, o espaço
Que se deseja de paz
Uma paz que se estenda calma
Uma paz que se desminta imensa alma.

Raia a falta, rola o pranto
Feito de fins, de tarde, ódios e vidas
Sangue que vem de longe e se esvai pelos dedos finos
Dos destinos, dos ais
No corpo franzino
Da dor que jaz nos olhos dos que vão ficando
Nos campos, pra trás
Pra trás, na roça, na cidade
Esquálida
Numa paz, inclemente, oprimida
Numa paz que se desmente inversa paz.


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