quinta-feira, agosto 23, 2012

Um amor estranho e livre

Muitas cores
A arte de uma cidade que se enfeia a seu pobre e gigante abraça o universo
Embevecendo com curvas pétreas os olhos estrangeiros
Atormentando de amor a quem migra diariamente da cansada periferia a seu centro
Valoroso, histórico e cruel centro.

Muitas cores nesta luta entre o amor pela beleza de suas ruelas
De seus centros, natureza e entorno
De sua gente agressiva e mal educada
De seu povo entregue a si mesmo com a coragem dos que sabem-se
E as guerras cotidianas que os olhos brilhantemente pintam em quadros
De uma extrema e cruel beleza.

Muitas cores nesta cidade mãe madrasta
Amante pérfida e calorosa
Poetisa cruel das durezas de uma realidade concreta e dúbia
Cidade matricida
Cidade mãe
Amante
Cidade.

Das cores muitas, das sutilezas, das guerras e agressividades
Dos centros velhos
Dos subúrbios riso solto e chinelo de dedo
A cerveja gelada dá ao pulo do malandro
O alvo jeito gato de sair das pedras
E alcançar a vida
Rindo
Como se tudo isso
A dureza bela e cruel de suas esquinas
Fossem assim como são
Um amor estranho e livre

Nenhum comentário: