sexta-feira, junho 16, 2006

Atos

Ato de guerra
Insanidade às duas
De outras matinas e bandos co-irmãos
Com fúria cega e corpos que desandam
Deitam-se ao solo
Entregam-se sem mães
Só o displicente distante querer do céu
Este inferno irreal sem flor, sem mel.

Ato de merda
Fome de morte e duras
Ganhos incertos
Metades de quinhão
Atos de chute na cara e "Meu irmão, qualé!"
Atos de aprto nos becos da invisão
Porradas que doem nos cornos do amoir
Que vê o sol fugindo ao léo
Nos olhos dos canos que correm o meu céu.

Chute de rua e solto soco
Tiro nas ventas de outro meu irmão
Tiro do tira e do mano das ruas
Tiro do Padre, do Deputado cão
Negação cega a tudo o que faz as luas
Mote de morte, de fim da ilusão
Um erguer da lei que fareja como cão mordedor
Que corte meu sangue, meu sonho
Minha real intenção
De querer mais que Deus
De querer viver, ser irmão.

Ato de ato
Que mata o morto, que chuta o nego
Que faz o medo ser nosso rosto
E mata o sonho sem grana
E sem mentira
Sem sentido e faz o incerto
Ser a falta de cor
Que faz do medo todo ator que faz são
Todo meu temer e toda minha irrazão.

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