sábado, junho 17, 2006

Ir além dos reis

Palafitas, Farrapos
Trapos ruins
Canudos sem meios
Populacho chinfrin
Externa decoração
Das casas onde moram reis
Escravos de mil sultões
Recados firmes à margem das leis.

Tanta terra
Imensos sertões
Dores de alma
Caminhos findos
O que é caminho então?

Hà lei
Há lei?
Ou existem só reis?

Palafitas de almas
Trapos d emim
Retalhos da lida que mata-me enfim
Catando recordações
Pedaços, papelões, meios
De comer talvez num dia
Morrer no outro
Ir além dos reis.

Toma a terra
Rebenta o peão
Rompe-se o dia
Pra outro dia nascer então
E viver vivo no coração.

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