sábado, maio 27, 2006

Tormento

Se me esmurre na Minha palavra
É o vento
Que faz duro, o silêncio e o tempo.

Se me chute
Esculhambas o intento
Do teu chute
Ao perder a mim
No tempo.

Se iluda
E me faça eterno
O astro do vento é o monstro
E eterno meu desejo é certo.

Eu tô lá fora dominando
O astro e o verso
Derrubando internos
E reis de douros, ternos.


Cale e mude
Não me encha com ser moderno
Eu sou aqui dentro
Bem melhor que o passado
Do seu menor intento
E tô em tempo de amigo
Fazendo voltas de chefes ninhos
Mortos na autora sem saída
Dos dias sem infernos
Eu vivo bem mais terno.

Não tem dinheiro na carteira
E nem tempo pra colher modernos
Fogos destinados
Ao gueto
Do verso.

Eu já não sei
E nem retruco mesmo
Outro truco
Jogo que faz-se esmo
E nem sei
Se interno morro ou venço
Nem titubeio
A pensar-me morto ou verso
Não calo-me
Tormento.

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