quinta-feira, novembro 23, 2006

Metida à besta

Claro que só em tudo de mim há ausências
Se fosse na emergência dos medos
Talvez a ilusão rompesse
E nada demais fosse o sangue dos antepassados.

Se fosse na emergência dos medos
Talvez a ausência de mim fosse kriptoniana
E eu, super homem nos delírios, morresse
Verde e incapaz.

Claro que nada do que é dito nas iluminaturas da letra,
Neste reverso de multidões e sacros olhos,
É realmente poesia
Porque poesia suspira na pele nos dias de frio
E iluminaturas, pinturas de dedo,
Ou construções de medo seriado,
Tudo isso depende de realoidades pra existir
E realidade não sua
Parece lagarto
Morre fria na ilusão do concreto.

É nestas coisas de verso
Que a perna cansada propõe sentidos
E a letra rompe roupas novas
E assume o calçado furado
Junto com a pinga costurada a mão
E sagra invernos em dias de sol
Só porque pode
Nunc aporque deve
Porque poesia costuma ser assim, vagabunda,
Mas metida à besta.

Nenhum comentário: