quarta-feira, novembro 01, 2006

Taurus

Taurus de arte, salpícão, relógio
Contagem, remorso, pé firme
Alçada
Poder de ir e voltar como se foi
E voltar como boi, como anjo, como alma.

Taurus de ritmo, samba, metonímio sentido exímio
De prazer que exala
E qual encanto pisado em rebanho
Indo e levantando com força a boiada.

Na lua nova, o arraiá tem tapete cigano
Na rua nova segue o cheiro de incenso
E sonho
Que pisa agora a vida afora de tudo o que é plano
E leva a hora a perde-se no que é tão canto
Pois o nascer do devorar todo o bom viver
É na esopada paciente e fina
O desejo inteiro de reto de por toda a vida
Saborear de tudo o bom viver.

Taurus é parte do certo com o reto
Minucioso e certo do passo, da estrada
Bailar de ar com resmungo de encantos
Preguiça, preâmbulo de festa danada.

Taurus é Deus a fazer todo ano
Arco de cores, canto de roda nas praias
E no pratear do fazer-se tanto
Taurus soberano da lenta caminhada.

E nesta roda abre a tarde
Um andar-se tanto
E toda alma é saber-se
É querer-se encanto
E Taurus Roda nas espadas
Que não empunho
Canto
Por nova hora de aprender-se inteiro em recanto
E poor saber que sabe nada quem não vê viver
O touro parte com fúria de lida
E devora vida velha com calma e com limpa
Vontade rara de saber-se ser.

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