domingo, junho 26, 2011

Sua casa, o coração

Será doce este amor, como fúria, como vista de montanhas, como dúvida?
Será forte, será vida espantada de vontades, inventada, de mentira?
Será fome, será ódio, será casa de formigas?
Cada gota é qual espada, agitando um coração
Que de medo faz-se arma
E coragem, invenção.


Se for fogo este amor, feito inteiro pra queimar tanto senso quanto gentes
Empenhadas em amar?
Será feito de sarjetas, de ilusões perdidas?
Será acor de um remorso, construída, esculpida?
Como aço de palavra nos transtorna a invenção
E de alma somos arma: Esperança e mansidão.

E se como todo amor ele apenas for palavra,
Quase um nada, quase nada
Um tom, um som, um clamor?
Será ele tanto chama quanto doce, quanto fé
E seremos dois, nas tramas que a palavra assim fizer
A entendermos sonhos, jeitos
Toques, fomes, raivas, dons
Construindo de corpo inteiro
Sua casa, o coração.

Nenhum comentário: