domingo, março 25, 2012

Um hiperbólico dizer

Era um mundo, eram nuvens, montanhas e tudo no longínquo desenho de uma ida, uma partida. Não a primeira e talvez sequer a última, mas a ida, a partida, o todo do despedir, tudo me assusta.

A imagem na retina, o desejo de atar-me, o toque, a textura, o cheiro, a cor.  Tudo remetia-se e ti. Tudo tornava-se teu, tu, forma, cor e cheiro.

Como ver um mundo sem ti, como não desenhar as montanhas com teu corpo e curvas? O todo do ir desenha-me angústia por em tudo ver-te e a distancia impedir o toque.

A  angustia de ver-te mundo e nele não ouvir-te, sentir-te concreta. E imensa em mim saber-me entregue, perfeitamente entregue, sem duvida alguma feito parte, inserido, imerso, afogado na paixão e no amor, no querer.

Quase infante, entregue ao desespero de não saber-se mais com a segurança dos sós, perdendo o entender onde por as mãos, a frase segura, o texto firme, despedaçado no contraditório, paradoxalmente feliz na agonia de não saber-me mais meu.

Teu nome é feito alma em mim, é ocupação, é saber, é destino, desenho, sentido, voz, cor, corpo, é o carmim, é o mel, é Bethania explodindo vozes em Iansã.

Não ha duvidas, não há fugas, não há outra saída além das hipérboles do poeta.

Amo-te, Sem mais.

Amo-te e temo-te, amo-te e mais que antes desespero-me sabendo que o intenso me invade e que o futuro, este incerto futuro, não vale mais que dois vinténs, mas deixa a esperança sorrindo com o que o passado desenhou na alma.

Não sei dos futuros, mal sei dos presentes, mas sei que amo-te.

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