quarta-feira, junho 11, 2003

Fonte: ABN

Em tempo



Roberto Perez, jornalista e professor de Educação Ambiental, vice-presidente da ONG Clube dos Amigos da Terra de Tom Jobim, do Rio de Janeiro, pediu o apoio da imprensa para a luta travada pela ONG Movimento de Cidadania pelas Águas em defesa da estância hidromineral de São Lourenço, alvo de ação predatória da empresa multinacional Nestlé.

Segundo Perez, a Nestlé retira um milhão de litros de água mineral por dia do poço "Primavera", irregularmente construído na fonte do mesmo nome, mas só vende 60 mil litros/dia, exportando o resto para estocagem.

As denúncias de Perez se estendem aos processos de tratamento da água pela Nestlé, que retira do líquido os sais minerais e adiciona sais e carbonatos, reconstituindo a água com gaseificação artificial.

Como a água mineral é classificada como "minério", pelo Departamento Nacional de Pesquisas Minerais, a ONG "Movimento de Cidadania pelas Águas" abriu guerra contra a Nestlé, alegando que a exploração ameaça diversas fontes de água mineral e coloca em risco o futuro de São Lourenço como estância hidromineral e centro turístico.

A ONG "Movimento de Cidadania pelas Águas" quer que o governo considere a água de São Lourenço como "especial"; paralise a exploração que considera ilegal do "Poço Primavera", por situar-se este em área de proteção ambiental, e permita a recuperação das fontes, que estão ameaçadas de esgotamento.

Heitor Reis, engenheiro e articulista da Agência Brasileira de Notícias - ABN - criticou a plutocracia, domínio dos donos do capital, que, a seu ver, reina no mundo e manipula a mídia, em detrimento da verdadeira democracia, esta compreendida na liberdade de expressão, livre acesso à informação e circulação de idéias e distribuição igualitária de oportunidades a todos os brasileiros.

Nelson Barreto, da Agência Boa Imprensa, denunciou a distorção dos valores éticos e morais da sociedade, patrocinada pelas emissoras de televisão, com graves reflexos na formação da criança brasileira e na estabilidade das instituições, entre as quais a família, a seu ver a principal vítima da permissividade da televisão.

Barreto não defendeu a censura prévia, mas entende que há necessidade criação de mecanismos por parte da sociedade para coibir os abusos nas programações das emissoras.

Walter Estevan Junior, presidente da Associação Brasileira de Revistas e Jornais, defendeu maior participação da imprensa interiorana no bolo publicitário nacional, ressaltando que a grande imprensa por si mesmo não é suficiente para atingir a todos os segmentos sociais, mas isto não é percebido pelo governo e sofre vista grossa das agências publicitárias de grande porte, cujos interesses são alheios aos das comunidades regionais.

Fernando Soares, presidente da Associação da Imprensa do Mato Grosso do Sul e Vice-presidente da Fenai/Faibra, e Vera Martins, presidente de honra da Federação Brasileira dos Colunistas Sociais e Assessora de Imprensa da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, denunciaram a proliferação de colunistas sociais sem qualificação profissional em grande parte da imprensa brasileira, observando que até donas de butiques, cabelereiros, modistas e outros profissionais, de ramos completamente alheios à comunicação social,ocupam espaços estratégicos da mídia. Não cobraram a necessidade do diploma de jornalistas mas recomendaram cursos superiores nas áreas de Letras, História ou Filosofia.

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Passeando de charrete pelas ruas de São Lourenço, descobri que a maioria dos animais utilizados na tração das 50 charretes existentes na cidade está usando ferradura de borracha, feita com pneus velhos de automóvel.

Os charreteiros pagam pelas ferraduras de borracha três vezes menos do que pagariam pelas ferraduras de ferro, cuja durabilidade é bem inferior.

Ou seja, colocaram tênis nos cavalos de São Lourenço.



Feichas Martins é jornalista, cientista político, professor universitário, criador do Instituto Político-Estratégico Brasileiro (IPEB), diretor da Federação Nacional da Imprensa (Fenai/Faibra) e membro do Comitê de Ética e Liberdade de Expressão da Associação de Imprensa do Distrito Federal (AIDF)

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