segunda-feira, maio 18, 2009

Amor sem dores


Ruas nuas me espalham sem saber
Agosto tira mundos
Enquanto o espaço cumpre mudos vestígios
E me faz ver
A correria tola de nós
Que como ratos
Procuramos ouro e contas na lua azul
Perdemos os pais e partimos sem besteiras
A contar e a sorrir
Fingindo ter daqui uma vista qualquer do redentor
As luas cruas de Paris, sem mar
Chove lá fora
Já vou trabalhar
E vou me esquecendo da festa
Que foi meu horizonte
Acordei hoje.

Meu Rio tem seus rumos e perdi meu berço
Calando entre risos um resmungo baixo
Fui filho de destinos colados ao jeito
De perceber murmúrios de Deus nos faróis baixos.

Procuro dos mundos uma detalhe que entre azuis
Me possam pintar um luar com estrelas
Um som de reluzir
Um sorriso sem fim
Uma vista qualquer do redentor
Um jeito único de redundar
Eu quero as ruas e um balcão de bar
Um papo cheio de misérias
Sorrisos entre homens
Amor sem dores.

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