segunda-feira, maio 04, 2009

Buscando sabores.


Me suponho sussurros na reinvenção das noites
Enquanto o que me consome
São ruas e vozes loucas
Toda a nudez que afaga as cores.

Me escondo em meus mundos
Perdido em paixões musicadas sem nomes
E reparo no sabor da fé que me escapa
Que me arrasa dominadora
Enquanto meus hidrantes respingam o olhar
Pintados nas alcovas de meus delírios banais.

E por isso procuro alvos nestas gentes
Pintadas de celofane
E crio monstros sem nome
Redigito o medo, a fome.

Espero dedos cruzados
Espero hordas de fados
Velhas guerras, velhas terras
Enquanto olho da janela um mundo devastado
Me mato por controle.

Se singro o sol dos mundos
Peço a amigos uma dica de TV
Faço hora esperando ao telefone
Leio livros usados, vejo quadros na tela dos meus ócios
Espero um som sem remorsos
Não espero ninguém.

Leia o medo nos astros
A morte dando de lado pelas eternas promessas
Na janela o mundo encerra o expediente extenuado
Morro sem controle.

Me calo olhando o fundo
De uma cena da TV
Perco a alegria dos descalços
Perco o amor
Perco o querer
Quero ir além
Voar em redes, laços.

Me dê conta dos recados
Me mostre o Rio escaldado
Entre as pernas das donzelas
Reina ela, a lua, a cela
Onde durmo calado
Buscando sabores.

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