terça-feira, abril 28, 2009

Sem o mar

Se amo o Rio mesmo antes de ser gente?
Eu era crente que sabia o que era amar!
Corria sem mexer as pernas pelos dias
Eu era o dia pelas ruas a voar.


Queria mundos
Prédios altos
Praias, muros
Queria além
Viver o trem
Saber o mar.


Queria mesmo ser além do que era a gente
E fui em frente
Inundando-me de sonhar.


Mas sempre fui as casas e calçadas
Fui ruas pardas, matos, pipa a voar
Olhava tanto a mim que hoje enjoaria
Não via a mim, via mundo feio a destroçar.

E meu olhar hoje ostenta o respeito
Por um velho jeito de um velho mundo amar
E era este o Rio que me faz contente
Um Rio firme
Suburbano
Sem o mar.

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