sábado, abril 04, 2009

Armado até os dentes com o sol


Se espero o galo cantar eu rumino das coisas
Mais que alguns instantes
E gero da dor da rotina, o horror que rompe as linhas
Que amarram a calma da gente ao pé das mil camas, retintas
Brancas de amar, morrer, rir.

Insisto descrente que o tempo é o domador
De nós, Gentes
Pela remoção da força da alma que exige, grita
Tecemos a vaga esperança, inútil, estagnada, restrita
De renascer
De reflorir.

Sem calma perco as preces, vou ao sol
E grito o poder da vid,a na linha da vida
Me transformo em Mal
Sem calma mato preces, vivo o sol.

Se Lúcifer rompe com um Deus que nos mata a vida
Que nos faz o geral
Eu reparo na lucidez do sol.

O cálido som do destino tem muito mais cor do que a repetição
Eu reparo na acidez do sol.

Meus olhos retiram correntes
Eu vôo no azul de minha percepção
Criando e fazendo frentes com doces, com horrores, com anjos e cães
Armado até os dentes com o sol.

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