sábado, abril 04, 2009

Faca de sol


Dá-me n'água cor da cinza
Que renega a distância
Essa sede é de palavras
Essa dor é de esperança.

E sonho o sono dos cansados
Resmungando uma invenção
Sou Quixote sem espadas
Sou Orfeu sem ter canção.

Quero dengos e amores
Mas não mudo a direção
Quero ela, lá tão bela
Como é esta imensidão.

Por isso as voltas do meu mundo tecem além da paz
Este desejo de ser Deus
Perdido assim por este chão
Que quer carinho, que quer derrotas
Que busca a espada que sumiu
Das histórias tão quentinhas que me contava o pai.

Hoje meus ais são de varanda
E meu sorriso
É faca que traz brilho por ser de sol.

Nenhum comentário: