domingo, abril 19, 2009

Ocupe o verso com cor

Ocupado em terras estrangeiras calo à foice a ilusão vazia
E na vã invasão à lua cheia
Me embriago da real euforia
Calo todo o sangue na banheira
Pinto nu bandeira que é bom dia.

Me entregue a Deus, amor!
Ocupe Deus à foice e flor.
Ou culpe a Deus meu bem!
Dê-me a força do Boi.

Há na linha que me nunca comove
Um respeito aos novos sussurros
Onde um detalhe me é tão grito
E um espaço onde me é tão murro
Sagre toda a revolta que ao horror move
Traga-o amarrado em meus burros!

Lhe entregue a Deus, amor!
Ocupe Deus à força e foice.
Ou culpe a Deus meu bem!
Dê-lhe a força do Boi.


E na desesperança o que cala o muro é vão
A cor é TV entre pernas e dardos
A vida se cala, mata e pune
O Sonho se torna urro
O grito se torna líder
E generais se perdem entre sangues e passos
À cada ocupação se faz um monstro
E à cada medo um exemplo de liberdade.


Não existe Deus, amor!
Existe eu, nós e cor.
Se faça com dendê,
Dê-me a lança do amor!

Mas repare na metáfora cheia
Que aclimata a gargalhada que une
Quem não leu verdades na lua cheia
Quem acredita em quem nunca se exuma
E se ponha no salto da velha!
Já sejamos matriarcas inúteis!

Esqueça Deus, amor!
Dance e relance in dance floor!
Requebre um yê yê yê!
Seja só amor e flor!

E se o resto do sol me bandeia pra universal velha melancolia
Observe matriz lua cheia
De meu uivo que é euforia
Demolindo ódios de concreto
Com a vermelha alegria dos urros.

Me pinte de outra cor
Vermelho é meu novo amor
Requebre-me de ser
Ocupe o verso com cor.

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