sábado, abril 25, 2009

Boca de dendê


Resta em mim a lua solta
A vergonha súbita do beijo à boca
O reflexo cego de um bibelô.


E no beiço preto que mora tão longe
Respeito o desejo do Fradinho que tange
Uma música de trazer carnaval.


E me faço olhar
Desejo de nua rima
Criando beber
E sentindo o bar
Tremer pelas luas
Ir lá é nosso dever.

Reste em minha saudade boa
Resmungo de maraca, coisa à toa
Venha pastel de feira e me soletre amor
Troque de si mesma seja nua à solta
Seja Lúcia Negra, Marcela mais loura
Mas não me transforme em velho Pierrô.

Porque eu quero é mar
Regata de dunas
Vidas de suor ferver
Eu sou de Sambar com os olhos e musas
Requebrar com boca de dendê.

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