domingo, dezembro 22, 2002

Atenção povo neteiro que isso é importante pacas.


Fonte: No Mínimo



Netscape de novo?



Pedro Doria




20.Dez.2002 | As peças começam a ser expostas no tabuleiro para aquilo que poderá definir o sucesso dos sistemas operacionais nos próximos anos. Softwares de sincronização são a chave.

O jogo é delicado. Há pouco menos de dez anos, foi lançado o Netscape. Então todo mundo queria navegar na web e usava o Netscape. Aí a Microsoft lançou o Explorer, amarrou-o ao Windows de maneira que quem instalasse novas versões do sistema já vinha com o browser do forno. E todo mundo passou a usar Explorer e pouco se lembra do Netscape hoje em dia.

Softwares de sincronização, pois.

Dois meses atrás, a Apple lançou discretamente uma versão de testes dum programinha chamado iSync. Roda no MacOS X, sincroniza celulares mais modernos e palmtops e é todo baseado em padrões abertos para a comunicação dos periféricos com o computador.

A empresa vem transformando seus vários Macintoshes nisso: excelentes centrais da vida digital. A câmera de vídeo, a máquina fotográfica, o tocador de mp3s. É só olhar para as ruas para perceber que, não só lá fora mas também cá nas urbes brasileiras, está aumentando o número de cacarecos binários que server a algum tipo de comunicação. Fazer com que toda esta babel se entenda dá como resultado um produto bem mais que útil. Daí a nova guerra do browser.

Por outros motivos que não os da boa visão utilitária do software, o Linux ameaça tomar da Apple o posto de segundo sistema operacional nas mesas das casas das gentes. Com mais de 90% do mercado, lá de cima de seu pedestal, a Microsoft olha para ambas e tem, na sua manga, softwares próprios de sincronização, mais notadamente um que atende pelo nome ActiveSync.

Não só não está pronto como também segue um padrão fechado. Isso quer dizer que são poucas as maquininhas que falam a língua lá deles. Mas a Microsoft pode decidir de uma hora para a outra costurar seu ActiveSync no próximo Windows, para ir criando nas pessoas o hábito. Fica útil, mesmo que parcamente, depois.

Há, no entanto, uma sutil diferença desta vez. No tempo da briga Netscape versus Explorer, a web era terreno novo. Quando puseram no Explorer coisa que ele fazia mas os outros não, designers por aí saíram aproveitando-se dos tais recursos até construir uma web que só fica bonita pelos olhos Microsoft. Contou a seu favor o padrão próprio.

Só que de câmeras digitais aos celulares – e estes últimos são a menina dos olhos de toda essa política de sincronização –, todos já falam uma língua própria em padrões abertos. Não são terreno virgem como foi a web.

Aliás, não apenas não são terreno virgem como em casos como Motorola, Sony, Ericsson e quetais, a Microsoft está brigando com gente do seu tamanho. Impor o seu padrão não será tão fácil desta vez.

Nos próximos dois anos, a gente vê como segue a história.




Links para a Notícia:Microsoft to bump Apple into sync-hole?


http://news.com.com/2100-1040-978408.html?tag=fd_top





Nenhum comentário: