terça-feira, dezembro 24, 2002

Cara, eu amo um estilozinho sujo. Adoro essa coisa meio lixão, xingada, gingada.Esse autor é o mesmo que escreveu Trainspotting, um puta texto que virou um excelente filme.O Louco é que nego o vincula ao Tarantino. Não que eles, como o Danny Boyle, não façam parte de um mesmo estilo e movimento de ausência total de frescura no tratamento do submundo, que sempre foi ora ridicularizado pelo excesso de crueldade ou estigmatizado como uma área maneira, mas levada pela animalidade humana aos comportamentos que tiveram, ou seja, linguagens que exageravam a influência da situação de lumpem dos marginais ou a crueldade dos mesmos. Eles não fazem isso, eles tiram uma foto e esfregam na tua cara. Nada além da vontade de ser lixão separa o marginal de você, eles amam e querem a vida que levam.Mas o Tarantino é um elemento criativo limitado. Ele é ótimo em imagens fortes e diálogos. O Irvine Welsh é ótimo na construção de todo o ambiente, passando pelas imagens e diálogos.Ele não se limita a ser uma explosão de violência e crueza, ele descreve como um etnógrafo à coisa toda e cria diálogos, ambientes e imagens fantásticas. Aí entra meu querido Danny Boyle, sacanamente comparado ao Tarantino, com o qual só tem a semelhança do tratamento do tema com humor e sem frescura, mas com estilos estéticos totalmente diferentes. Tarantino é pop pacas, lente rápida, cena cheia de coreografias, Boyle é tiro no peito, piada infame e secura total, sem frescura, sem peso, sem nada além do que tá ali.De qualquer forma eu amo todos eles. São partes de minhas influências. Essas aí vão também longe e saem até do estilo sujão pro meu ídalo, o Sr. falta de redenção, Stanley Kubrik.


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