quinta-feira, dezembro 26, 2002

Pedro Doria- No Mínimo
O velho Scrooge

24.Dez.2002 | É Natal, pois. E em algum canal de televisão, em cada país do mundo, alguma versao do Conto de Natal de Charles Dickens estará sendo transmitida.

Dickens é o grande escritor do romantismo britânico, uma espécie de José de Alencar misturado na conta certa com doses genialidade. Escreveu grandes livros, todos foram parar de certa forma em nosso caldeirão pop – de Oliver Twist ao príncipe e o mendigo. Mas nenhum deles dá um personagem tão fascinante quanto o Mr. Scrooge.

Scrooge é o velho ranzinza, pão duro até dizer chega, que na véspera de Natal vê-lhe imposta pelo fantasma do sócio a visita dos três espíritos natalinos. Um personagem tão excepcional que dele surgiu uma coisa única, que é outro personagem excepcional: o Uncle Scrooge, tio Patinhas cá no Brasil.

(Não deixa de ser engraçado que em seu clássico da esquerda Para ler o Pato Donald, Ariel Dorfman afirme com convicção ímpar que o Tio Patinhas é um cruel estereótipo judaico; logo Scrooge McDuck, um escocês, que são os pão-duros favoritos dos anglo-saxões. Curioso também, porque o Conto de Natal, para cuja adaptação nasceu o tio de Donald, é cria da mesma terra adubada que deu no comunismo: as precárias, egoístas e cruéis condições de trabalho e vida da revolução industrial britânica.)

Não foi a única coisa de Natal que Dickens escreveu, ainda existem outros dois contos, mas este é especial. Boa dica para quem nunca o leu, dado o dia. Coisa rápida de matar.

(Na falta de tempo para ler, passar numa locadora para pegar e rever It’s a wonderful life, A felicidade não se compra, de Frank Capra serve também; outra coisa, mas bom equivalente no quesito clássico.)

E feliz Natal. []

A Christmas Carol (inglês)
http://www.stormfax.com/1dickens.htm
Um Conto de Natal (português)
http://virtualbooks.terra.com.br/.../uma_aventura_de_natal.htm

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