terça-feira, março 24, 2009

A calma hindu de um verso bom

Robert de Niro são palavras
A palavra quer ser uma ação suspensa.

Dá-me uma palavra e eu crio nova luz
De serpentina e sonhos
Feito cruz bordô
Reparo o ato palavra de ser eternamente giz.

De um mundo feito a partir do que revejo
Eu crio da palavra um mundo contrafeito
Seduzindo das bolas de bilhar
Um jeito voar que vira nuvem ao cantar canção.

Sabe o ritmo dos prazeres? O sentido dos prazeres?
Tome-os qual um motivo que sugira um sorriso
E repinte este sorriso com um signo confuso
E faça dele o limiar de um novo mundo.

Tens já o vício de ver cores?
Faça-o ser imenso
E destas novas auroras faça cordas!
Faça trens, luas, gens!
Faça-os serem razões!

Não estás contente? Buscas o amor?
Procure no contratempo do desejo já perfeito
Que hoje já acontecendo batuca em rompante
Um repique de rumba com um samba cortante.

E veja na fé além do que entendeu
Um ar de refazer ruas e jardins
Pois o amor é talvez o que se fez
Do verso e do dizer um confuso rir.

Cada palavra é uma chave de olhar
E talvez seja Deus cada verso ator
Ou talvez seja mar o sentido calado
Que escrevo em torno de um sim
E já está tarde para uma canção
Para uma razão
Para uma paixão.

Mas somos paixões e mundos!
Tudo é inexato em paz!

Procure na fé, além do que entendeu
Uma forma de ver o que escrevo aqui.

Digo não
Pois jamais verás
A calma hindu
De um verso bom.

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