Resta em mim silêncio preso
Eu qual palavra acesa
Morto em viés de não saber
Da palavra a bendita
Cor do calmo vislumbre das veias
Da serena alma azulada e nua
Que faz de mim horizontes.
E cega, a cela nos faz ruminantes
Ao falarmos destes montes
Quando o som é olhar a vista.
Reluz o som das verbenas
Reduz-se a cor da amurada
Nas retinas, nas belezas
Dos cinemas que aqui
São o Rio doce e subúrbio
Do colo dos que na certa
Poetizam a luz da lida.
É velha a reza
E o Dissonante tambor surdo dos migrantes
Da distante terra pretinha.
Carmim é o lábio alçado
À beleza desta terra
Já tão longe e é tão Terra
Além mar e tão à vista
Que me faz tecer belezas
Que me faz saber infindas
Cores pardas que me tingem.
E à Terra
É bela a lua adiante
Das palavras triunfantes
Que lhe aprazem jamais serem ditas.
Dá-me o cintilar do fogo
Eu morto em mão que avilta
E vivo na lua crescente
Buscando verborragia
A conter eternamente
Rebuscando a melodia
Só pra retirar tristezas.
Luz bela
Eterna
É o sal do monte
Já diante do infante
Rebrilhar da estrela viva.
Dê-me teu tempo
Eu espaço
Busco silenciar a viagem
E ver do sal tão infindo
A montanha, o Rio, a Margem
Esta eterna estrada
Esta espada que arde às cegas
O designo da vontade.
Eterna a Terra
Em nós é instante
Somos nós o Deus errante
Somos mais
Somos só vida.
E é na asa do São Carlos
Nas ruelas do meu amor
Que me lembro do que é verso
Do que é sonho e do que é flor
E assim me calo à mingua
Percebendo o mundo em um retrato de bom jeito.
Da Terra
Minha Terra
Que então distante
É tão plena
Em mim errante
Já em paz
Silenciando a vista.
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