sexta-feira, março 27, 2009

Para um chopp sem cetim

Faço casas com o bandolim
Rumino ordens de cetim
Vago por entre varandas
Desespero sons sem sim.

Realumbro o doce som do mar.

Era verdade, era banal
Toda a trilha brilhava
Estrela e sal
E enquanto a noite ia
Eu apenas via a vida
Em versos de cor de cal.

Realumbrando o mundo tinha o mar.


E jamais que o mundo era, tolice e guerra
Só havia quimeras
Entre os dentes palavra era
De dourar velas
E a vida
Era bela.

E foi nascer
Este sol reajuntado em cor
Que o verso de brilhar já caducou
Verde foi o perceber
De um morro imenso em cores soltas
Reduzido à explosão de cor
De uma vida que convivia com o calor
E eu até gostei de ser
E eu até gostei.


Acordei a rir
Sabiamente dos apetrechos
Que é comum no libertar dos dentes cedo
Eu até sorri do fim
Eu vi o fim
E fui parir uma cidade perdida nas virilhas
Deste medo desta vida
Que convida
Para um chopp sem cetim.

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