quarta-feira, setembro 30, 2009

Caminhada

É um som, um tom, um fardo, uma palavra
E somos somente eternas vaidades
Calados sonhos, tantos medos sérios
Mistérios, sapiências, inverdades
Deduzindo mundos, rumos,
Esplendores e confusos sons de sermos nós, de sermos sós
E à vida que fomenta nossa invenção e estrelas
Damos medos, nós.

E é um sorriso infindo, um sol bonito
Somos sentidos de raro futuro
E somos luas tantas, cores santas
Rediscutimos um mundo, um sussurro
E enquanto somos mar e caminhar
Trilhamos a alma, o corpo e o sabor
E à vida damos o voar, o acordar
E somos mais que amor.

É só saber estrada e caminhada
Aprendendo o mar,montanha e cor
Sendo além de palavras, de alma alada
Só a estada de aprender amor.

segunda-feira, setembro 14, 2009

Em paz


Meus olhos se fazem um campo
E eu posso enxergar muros, casas, e os ais
Das moças, dos velhos, das gueixas
Expandindo meu peito
Ao som da paz.


Um mundo se torna recanto
Faço-me ardor, estrela de tom lilás
Descubro-me asas e mesas
Espelhos sujos, meninos, cães, vitrais.

E vejo teu cheiro no sonho que busco entre jardins
Te caço no jeito das liras, das harpas
Espero o sorriso e o óculos
Me torno apenas normal
E brinco no ar com o ver um sonho,
Uma pitada de sal.


O riso me torna espanto
E enxergo o jornal me explicando porques
E enquanto aguardo os amigos
Te rio, te sinto
Me entrego em paz.

A magia


Na sina das lidas, do som
A eterna magia nos consome e noas faz alertas
Homem e mulher entre as preces do amar
Respirar a voz dos planetas.

Nas letras e linhas, no som
No teor do suor que constrói paredes e lendas
Vivemos luzes e um rir
Uma forma de olhar como quem pelo sol se sustenta.

E entre os risos, as coxas, a letras, as facas
E o sonho que nos faz semente
Deslizamos um jeito, uma graça
Na linha do drible que corta a dor com maestria.

E por sermos as folhas, as misturas, as raças
Nos tornamos fortes, somente
Tecendo o nós na palavra
Criando com maestria a junção de nós
A magia.

segunda-feira, setembro 07, 2009

Tecendo amor


Pareço muitas andanças
Mas sou retiro, brincar
Olho mundão, assustado.
Vida é coisa de amar!

Acordo hoje em paz
Percebo anéis de fumaça
Fazendo pães
E eu que rio das noites
Sou acordar entre risos.

E vejo azuis e pelejas
Flores alvas, carquejas
Peno nela ao mar
Penso nela ao cais de meu próprio olhar.

Eu que já brinquei com o lixo
Olho o azul das estrelas e me deixo voar
Pelas mil encostas da cidade revolta que me faço amar
E me faço amar
Amo o lindo olhar
Da alterosa que brilha no sotaque que adentra
Meu peito a clarear
A luz de um futuro
E eu mais velho, sou novo
Olho e vivo o mar, sou mais novo mar
Montanha ao mar.

O Velho olho cansado remoça intenso, calado
A esfera vida me fez louvor
E o toque doce, suado
De nossos corpos são o ato
Da arte tecendo amor.

Adão


É sob o véu de toda a noite
Que o dia rompe qual clarão de uma verdade,
De um ato quase divino de expansão,
E o desafio é posto, é risco
É repente liso de Deus com o Cão.

Um rima escuros espaços
Outro repõe jorrando luz
Um costura guerras com aços
Outros com flores faz alcaçuz
Um rima gritos, dores fortes
Outros destinos, doçura, azuis.

Um grita: Venham cavalarias!
Outro diz: Que anjos toquem Sol!
Um pede lanças e trombetas
Outro versos e dominó
E o pandeiro é o esculacho, é o respeito
É a cruz e o pó.

Um chama a escuridão fria
Outro o meio dia, todo sol
Um tripudia anjos tortos
Outro anuncia um maracá
Tocando junto com zabumbas se transformando em orixá.

Um chama medo apavorado
Outro esperteza, amor de irmão
Um chama Lampião, trombetas
Outro João Grilo, bode e cão
E nas tortuosas arte
Homens se tremem entre pés e mãos.

Um chama guerreiros macabros
Outro só chama a invenção
De um peito que dê sorriso
De um barro que pela mão
Crie o vencedor de Deus
O homem liso que se chama Adão.



Uuma vida sem país


Te vi sorriso
Luz que espraia o próprio sol
Me calo em bons jornais
Eu sou silêncio em estrondo e só.

Acordo tarde por desejar ser azul
Eu vôo muito bem, além de cercas Zona Sul
Já sendo velho por demais pra ler jornais
Invento tão melhor verdades que me ensinam muito mais.


E amo torto
Dedilhando sabor
De cores que me vem
De teu corpo e amor
E vivo torto costurando a raiz
Que meu olhar retém enquanto vive o país.

Se ando bambo independente de Jesus
Meu Buda é o velho céu
Meu Deus é um amigão do além
Só faço hora pra virar um animal
Macaco ao som de um jazz
Sapiente amor dos sonhos mais primais.

E as sacanagens de tons civilizacionais
Eu cago no contrapé
Meu peito bumba um jeito de gostar.

E eu gosto torto sabendo ser ator
Mas querendo viver um simples tom de amor
Que ri de bobo
E anda por aí
Aprendendo o vintém de uma vida sem país.









Dia da Pátria


Acordo entre cornetas e filas
Ruas já contraídas
Espelhos a rebrilhar um sol que evita acordar.

E mataram a noite com a mesma vozinha de louvar
Bandeira, cerca, jornal
Realidade demais.

E eu que não sou mais perfeito
E acho que isso já era
Espero uma tarde à vera
Sem reis vis, sem leis, giz
Eu quero é somente minha flor.


Tudo é desfile, é lança
É arma, esperança
E eu só quero acordar
Ver flor de me apaixonar
Anarquisar o luar.

Dane-se o próximo prefeito!
Eu quero é a rua fraterna,
Escondam as bandeiras de merda!
Me deixem! me deixem!
Eu quero fuder o louvor!



Refazer o ensinar


Se soubesse ver as velhas
Formas de um velho aprender
Olhava os carros que posto
Em fila pra me entreter
E talvez o Rio abaixo
Me tornasse o homem que eu gosto.

Mas tudo é a água que corre entre os dedos e o jeito
De viver entre murros em facas
Que atropelam meu peito
Enquanto me viro nas lidas de uma velha cidade
Amando e rindo o surgir de novas verdades.

Ê, pai! ê pai!
Hoje eu sou velha aurora
Gosto de sol acordar
E vivo o jeito descalço
De refazer o ensinar.






Velho jeito de sofrer


Há três mil anos
Asas de correr me fazem mar
Tempo assim destina um medo mesmo de voar
Tudo é velha hora, dói o jeito de explorar
O vento nas formas de ir e vir de todo alçar
E é o Vôo da cor que pela cor se foi e vai
Tudo é mundo, é sonho
E nós somos seu notar.

Tudo é tão amor e o tempo é avô de viver
Tudo é cor e luzes
É a dádiva de você
Feita assim de um modo velho/novo de amanhecer
E vôo assim do velho jeito de sofrer.



sábado, setembro 05, 2009

A textura do sim


Morro em mim
Sussuro cemitérios
Como destroços que caem em mim
Não gosto muito daqui
Solene sem batidas nas premissas burras de sermos nós
Gosto de estar um pouco a sós
Sem mente sem batida, só a vida
Eu quero estar lá no meio
Redentor no som batuque do peito
Sentindo o sentido do fim.

Vivo em mim
Sussuro provérbios
Bebo cerveja em querubins
Não gosto muito daqui
Presente sem a vida das batidas feitas por nossos avós
Eu gosto de ter avós
Somente na batida de ter vida
Sabendo a sós ser perfeito
Sendo amor me dando ao batuque do peito
Sentindo a textura do sim.

Ao sabor dos ventos que vêm


Eu quero cama,
Jaspion,
Zumbis de cinema,
Almas, semanas,
Roupas de marca, novenas.

Eu quero Espanha grandiloqüente!
Salta um Buñuel redentor!
Suores, mentes
Canções de Tom zé sobre a dor
Que foi e se tornou belíssima atroz
Cor.

Me deixe saber a inversão dos perplexos
Só vou dormir se for lá ver.

E enquanto o sonho ri eu me deduzo somente a meta
Da estupidez em linha reta
E calo a cidade em meu peito inconsequente
Bebo água e vou dormente
Ganhar idades.

E apenas o amor me é memória
Eu sou altivo na história e no rancor.
E o que é saber, e o que sou eu?
Olho o sabor dos ventos de um deus
Que me tornou assim, além de tudo
Ao sabor dos ventos que vêm.

Tênue


Eu quero a luz de um perene
Invento novo de lumiar
Eu quero o murro que abre a pele
Do ódio mudo que mina
A cor do sul, o azul das peles
Que me revertem vil olhar
Eu quero brinquedo, nouvelle
Onda de mundo repintar.

Eu sou a curta ação dos memes
Eu sou um leve resfolegar
E hoje eu sou além da pele
Sou máquina de pintar
Eu sou a cinza luz das mágicas
Sou colorido retumbar
E mundo piramidal que acene
Pois sou do bumbo, vou chegar.

Eu sou azul, minha cor é tênue.

Normais


Canibais binários
Imbecis
Viciados em mojito
Sentido literal e rarefeito
De esconder-se em próprio benefício
Covarde raciocínio
Pedidos reciclados, amores fora do peito.

Peitinhos, bucetas, doses de aniz que nos deliciem
Somos mundos, mudos, hostes, perfeitos enormes desejos
Tremelicamos enquanto sentimos pena
Das socialites sem jardim
Dos feios e maus e tolos vãos bonitos
Que não sabem o som bom dos desertos.

Somos autistas arrogantes entre destroços
Em fila nos embebedando em madrugadas
Por absurdas parcas penas.
Mas tudo bem, ainda somos bem normais!


Qual ilusão


Me calo ao som de um sonho
De um ir
Me calo ao som do homem
Longe
Me calo ao som do murro, do sussuro de alguém
Me calo e sou um eu sem ninguém.

Me sonho e me sussuro canção
Fora e além da própria imersão
A sós na esperança
Esperança que vem
Em partes mecânicas de um rir.

A sós e além da própria invasão dos sons surdos da natureza
Tem-se a beleza
De ver-se assim qual ilusão.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Ir


Deve..
É cor!
Tudo assim é meio palavra.
Como é dizer?
Se a cor que eu quis fugia,
Ia rir?

Luzia o pé, era amor
Fazia dança
Reluzia voar
Traduzia voraz palavra
Como é dizer?
Se a razão me desconhecia? Fui dormir.

Era luz forte, era devir
Tudo é rua e capim
E eu só indo
Caçando princesa tão alva
Era de dizer?
Se não fosse eu já dizia!
Gritei, sim!

Fiz barco e remei invasão
Comi duas dúzias de jardins
E fui sorrindo
Remando irrazão
Se não fosse de rir eu ria
Tudo é querer!
Como é dizer asa branca, como é ir?



Amos é simples!


É teu olhar que me treme
É velha, é karma
É tua luz que me mete medo
E eu cedo
Pelas externas luas novas,
Pelo grau de sonho que assiste ao iniciar de um Deus
Vejo-te mundo novo
Vejo-te mundo e novo repintar céus e o mal.


Pelas mil eras que nos ri e nos dá o sal
Calculo premissas interentes a um Deus
Costuro e faço o corte
Conduzo a própria sorte
Amor é simples,bem!


Um dia de vida é um deus


Existe um quê de iluminar o espaço
Esse alegre destino dos murros
Em facas de medo e olhar mudo, duro.

Existe um quê de ver nuvens e lendas
Esta manhã que meu peito compreenda
Enquanto um momento natural de nascer
Como se o que houve
Só fosse um passo da lida
Pra dizer que a arte é um dia a dia
E somos cidade.

Existe um quê de eternidade e sexo
Nas ruas retas, nos montes, nos versos
Em vasos, em mares, em universos
Que como um deus repetem-se, confusos
Nos fazendo dom, quase assim como unos
Dizendo bom dia ao dia
Nascendo-nos deus
Um dia de vida é um deus.


Lama


Gosto de voar pelas incertas condições do sul
Gosto de avisar lá do alto
Porque o amor me dói em certezas de sabor
Tudo azul
Tudo assim é meu, é asfalto.

Na visão das freiras o azul dos homens é de Deus, é larva
Enquanto meu medo se destina ao mundo, eu deslizo em fardas
Nú, a sós, sem farda
Mudo em nós, só alma.

Hoje é de olhar, esperar o ritmo do anil
Gosto de ver velhos Carlitos
Hoje é de amar tendo a faca nos cílios do amor
Hoje é de rir do perigo.

Somos todos danças e estrelas
Alvos, janotas
Presos em nosso velho sim
Entregando rosas
Todos somos lama.

Só visão


É só um horizonte, daqui
É só um horizonte, longe
É só medir o muito, é só saber-se bem
Esperar vento vir com alguém.

É só um mundo, ao longe a visão
O toque do mar, a dança
Da voz de outro alguém
Como se mar ao longe fosse ouvir.

É só um som,uma ilusão
Horizonte, vento, mar, canção
É só ver natureza
E mais nada, só visão.



Amor


É muita luz, é som, é verde
A forma breve do encantar
Espelha o doce de uma pele
Desejo amplo de voar.

É muita cruz, é dor, é medo
É fogo inerte a incendiar
Estrela em chama sobre a pele
E sob a pele um recuar.

É tudo, é cruz, é luz, é verde
É meio céu e meio mar
É meio medo, é meio prece
É amor, só, assim, sem par.

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Reze
Entre preces obscuras teça leves resistências, alvos breves
Espere um silêncio que reduza nuvens ao azul que em nós cresce
E denuncie a rua
Cante um som, uma lua
E me beije agreste.