sábado, janeiro 16, 2010

Vencer as lutas


Entre as aspas da cor
O vento me toma por seu viajar
E cálido avisa as coisas do ouvir
Assim como os pés conquistam os medos
E trilham as linhas do que não se foi.

Vivo enquanto se há
Me encontro moço, humano, legal
Marido, menino, irmão, sonho, espaço
Entre essas gerais
Que rasgam meus olhos e ensinam o que é ser paradeiro
Pés nas terras e partes de tantas mil vidas
Caminhando em cor e sal de um chão que nomeia um Brasil.

E às horas dou um tempo e me destampo e ver direito
E o que há de ser feito, me basta
Pois é das ruas, das horas, de umas glórias, de vitórias
Que meu dia faz-se mar
E em cada muro é mensagem, é vontade, é saudade
Dessa gente que significa chão.

E somos mais que outros mundos
Somos samba, somos sanha, somos a venta que se expande
Somos canção
Somos metal, somos precisos,rasgos, almas improvisos
Esperança com a mão na massa, a massa na mão.

E as luzes dos nomes nos tornam a raça
Que faz do contratempo o limiar do mais perfeito
Somos desejo
Só massa.

Não temos vossos nomes empoleirados nas manchetes!
Serão cegos ou vítimas do medo de sermos nós?
A glória dos suores que marcam nossas vestes
É o milagre impreciso que pinta novos sóis
Somos dessa esperança nunca antes concedida
Esperança Sangue, velha rota desta vida
Com a vida entre os dentes dignos dessas andanças
Vamos todos Às batalhas!
Novo mundo, nova dança!

Se Deus soubesse nascer
Talvez fosse ver um mundo acabar
SeDeus soubesse viver
Talvez fosse ser qualquer um
Pra lá de ter, temer ou querer outra ilusão
Além de ser só vida
E vida é um libertar que nasce das mãos calejadas
E soltas na alegria de vencer as lutas.