quinta-feira, junho 30, 2011

Ausente a cruz

Nomes Sol
Ardem palavras entre azuis
E qual fogo o vento grassa em letras
Some a cruz.

Os céus tão nus levam-me terra aos pés
E toda a Terra é filha grata das cores, da luz.

Noto-me de Rio e infindo o Rio leva-me ao mar
Mar de correnteza, corpo areia, mar na veia.
Calmo, o som do homem é chão
A flor de sua paixão é esperança, é cheia
Lua clarim, ilusão, espantosa visão das belezas, das teias
Que trançam esta visão apaixonada da cor, do amor e da vida
E a própria luz viva
É um sol, o sol que o olhar mal traduz
E faz-se novo
Em Rio, em mar, em vida, ausente a cruz.

quarta-feira, junho 29, 2011

Poeta besta vê cidade e sorri de emoção

É uma calma, é ter nos olhos uma forma de sonhar
É hora errada, é uma fome, um zelo
E nos espanta essa saudade, a ansiedade, essa forma de voar entre os dedos, os elos
Pelas praças, cronicas deslizam nos afagos de outro ser
E nas pausas entre os dentes sai um verso sem querer
A cor do alumínio sobre o mármore tinge de detalhes legais o desejo de se curtir.

E na manha se conduzindo a vida
Se eu ponho sal, ela pede um doce e a lida faz o som de curtir
Se parecer com paz que perambula a nos enlaçar
E pelos altos sons dos sonhos esperamos termos asas
A luta é dura e precisa de ar.

Versos, somas se misturam aos nomes
E o desejo básico de apenas se olhar
Há ruas, carros, que amparam-nos, vedetes no teatro que luzia um drama peculiar
E nos espaços é mais uma vez cidade
Somos lua e motos, prédios, vozes e cabelos
Há um sussurro tão insano que parece incentivar
Que essa sina não é pesadelo.

Medos, dramas?
Não há nada parecido, há talvez a ilusão de sermos outros desta vez
A cada gota desta vida se aprende uma lição, a cada letra uma palavra, talvez três.

Há tantos outros meios termos, sons, canções, um halls
Um trago, um gole, um instante ouvindo Rock meio avô
E a gente tem o medo, o sonho, a tela pra tentar e se não der não ficar de horror.

Se há razões pra incerteza, só não por sal
Espelhemos o dia a dia, o sol, o chão
E que a paz que a todo tempo queima
Nos faça cinema, jamais televisão.

E que os ventos abençoem a gente num minuto de repente
E nos faça aprender que são dois iluminados por um dia
Uma batalha, uma lida que tem de acontecer
E nesta esperança escrevo todo ano, todo dia, no marco dos retratos, nas formas de olhar
No sol que me assina o tom exato de aprender a ser mais terra, água e ar.

Que o sol nos faça crescer, entender o todo, saber
O rir, o ir e o amar
E que seja assim o bom de ver-te ver a mim um porto bom de se atracar.

A dois, a mil, milhares, muitos
Sós, a sós, em muitos mundos, tantas gentes, tão dois.
Só quero esse sorrir que me desprende dessa terra e acerta o bom de ser depois.

Não há rio, não há casa, não há ano, não mais
Só um dia após outros, sem infernos
Na calma, na manha, na batalha, no grau de cada ato, importante, eterno.

E na simples semana nos tornamos só dia
E na dúvida o que arde é só mesmo o coração
E cantando estrelas e ouvindo o mar
Poeta besta vê cidade e sorri de emoção.

terça-feira, junho 28, 2011

Sem medo de dizer que sim

De dormir o sonho fez-se canto de uma vida
Um riso, um rasgo, um grito de torcida
Um universo feito só de coração.

Um só ir
Caminhos construídos por destinos
Por urros ganhos no grito, no ritmo
De bandeiras de um vermelho surreal.

A fazer
Há mundos,outros mundos tão possíveis
Há atos e memórias invisíveis
Arcos-íris feitos por braços e sins.

Há tanto vento a ser voar
Há tantas vozes a dizer "sem fim"
Há jeitos imensos de querer ser mar
Sem medo de dizer que sim.

segunda-feira, junho 27, 2011

E a Esfinge vai e não te come

Rola o sol e a cor dos olhos vai
Foge o sol e a noite  finge
E do medo corpo é hospedeiro, hospedeiro torto do amor
Do sabor sem paz

Não há mais o sol e todos somem
Não há mais o segredo sussurrado por ninguém
Nem há sol
E nas entrelinhas se pesca a Esfinge
E a Esfinge vai e não te come.

domingo, junho 26, 2011

Sua casa, o coração

Será doce este amor, como fúria, como vista de montanhas, como dúvida?
Será forte, será vida espantada de vontades, inventada, de mentira?
Será fome, será ódio, será casa de formigas?
Cada gota é qual espada, agitando um coração
Que de medo faz-se arma
E coragem, invenção.


Se for fogo este amor, feito inteiro pra queimar tanto senso quanto gentes
Empenhadas em amar?
Será feito de sarjetas, de ilusões perdidas?
Será acor de um remorso, construída, esculpida?
Como aço de palavra nos transtorna a invenção
E de alma somos arma: Esperança e mansidão.

E se como todo amor ele apenas for palavra,
Quase um nada, quase nada
Um tom, um som, um clamor?
Será ele tanto chama quanto doce, quanto fé
E seremos dois, nas tramas que a palavra assim fizer
A entendermos sonhos, jeitos
Toques, fomes, raivas, dons
Construindo de corpo inteiro
Sua casa, o coração.

sábado, junho 25, 2011

De ninguém, nem nossos

Como uma cena de velho cinema, um deslumbre semi fatal, ela desanda a lembrar-me cama.
Como se agora perdêssemos horas a buscar-nos não discutir sobre ventos e inventos, dramas.
Seremos pena, um sol, cinema teatral?
Um casal entre cinco mil, únicos, desiguais?

E se somente for tempo presente e o presente nos for desigual?
Teremos tempo pra do instante fazermos drama?
Assim se aguenta o medo tão quente de vermos-nos sendo fim
E no seguinte instante chama.
E somos o que inventa do nosso cinema um ser assim
Um destronador da paz
Um espelho do eu, um desanuviar do sim.

Já não vejo o medo da rua, da curva e nem há uma razão
Há só o caminhar nas camas
É a velha cena,  o beijo, o tema, somos assim
A sempre sermos de ninguém, nem nossos a ver-nos sempre por bem
Sem fim..

sexta-feira, junho 24, 2011

Navegar sem fim

Ocorrem céus em nuvens suspeitas
Luas desmascaram ais
Corre o azul entre dedos e aspas, luzes apáticas douram o fim do sol.

Ruas se vão entre novas metas
Cidade intensa em mar
A revolver invenções ascetas, vozes complexas,
Tempo que volta atrás.

Livros e ares de ver
Dão-me um fim feliz criando um mar e um sol pra dizer-te um rir.
Vidas e olhos de querer dão-me um simples sim
Flores que do ar do amor, trazem-me o giz.

Quase qual corte entre o inútil, o vil e  o banal
Nasce uma sorte virada em música, formada música do som do não ouvir.

Tom sobre tom idéias e estrelas vivenciam certas
O alvorecer de mil incertezas, toda incerteza que faz brilhar um sol.

E em cinzas o alvorecer
Cria um novo ir
Velhas canções adotam meu ser em sins
Que findam e dizem-se mais
Querem-te mesmo assim:
Vamos ao mar, amor, navegar sem fim.

quinta-feira, junho 23, 2011

Seremos nós o que nos faz tão bem?

Luz do sol, jardins, flor no meio do mar
Raio de lua pra beijo meu molhar
Cor dos olhos, ais, sopro que faz bem
Casas velhas, ruas novas, novo olhar
E o que vem é um simples sim
Trazendo luar pra nós
E em dúvida acho melhor voar
Pra viver  tentar ser feliz
Gozando um sussurro algoz
Sendo presa, caçado no mar do De repente.

Sou eu ou será você capaz de juntar os nós
Que trazem verdade ao nunca mais?
Sonhos nús, novo mar, eternos édens?
Seremos nós o que nos faz tão bem?

A dor se ergue e se faz nascer

Me dê uma palavra!
É assim que se sucede toda vertente de se recriar
A cada ânsia e medo a palavra se retorce e se faz olho.

As nuvens mais escuras descem a observar
O céu que escurece no medo de ser
E se isso tudo é feito de amor
O chão se ergue procê aprender.

Me dê sua palavra!
Assim a  sede de não ter sede pode piorar
A alma canta o medo de não ter água
A água morre de não lhe escutar
E as almas que são chuva esquecem de voltar
O vento se desaprende a  lhe perceber
Se isso tudo é feito de amor
A dor se ergue e se faz nascer.

A sina faz-se alma

A canção que me encerra
Parece voz selada em destinos vis
Repara um segredo exato e trilha caminhos que pintam o que o peito meu
Cria entre tardes novas e o riso que vem ver
A vertigem da palavra que transita em sons e casas.

Sinos calibram tropeiros
As mulas rodam sem notar o seu lugar
Montanhas caem dos dedos
Imagens são futuros qual pintados em maquinários lisos
E segredos caem dos cachos, a alma respira livre um velho bom saber
E o terreno da palavra, arado reage e dá florada.

Todo amor é dor e velha hora
Tempos são estudos da alma no grande caminhar que parte peitos e lidas
Vestígios de perfeitos sonhos trilham velhos caminhos
E se vão embora
E somos tantos assim no simples dom de voltar
Calamos os outros que fomos longe em um tempo
que dá-se ao mar.

Nas voltas somos novos
E eternos na lembrança de quem se quis ser ao olhar
Das lindas formas de loucura que repintam nosso desejo
As estrelas negam dor e o sonho é um segredo de amedrontar
E é neste tipo de estrada
Que a sina faz-se alma.

Voam, banais

Salta a lua cheia
Peito é igual
Sutis linhas finas, rimas, descanso, olhar
Escrevendo sinas
E o gosto de voar
Deduzindo ferros, flores, cantos, altar.

As ruas repetem o bom da fé ao lembrar as vezes que riam ao andar
As palavras giram ao serem mais
Sintonizam vidas
Morros cantam jograis
E a calada vida suprime o mal
Para que possam ir e respirar
Além da própria vida
Voam, banais.

Ruge uma paixão

Flores, almas, cães e nuvens nuas  fazem o sol perder-se em festa
A fala dos homens suprime o medo e a alma rasga-se em festa
Vejo álibis, segredos, sonhos e mil corações que em cheio largam-se
Sobre outros corações
O estalo do galho aponta um livre e sutil engano.

As Marias, Luzias, viram-se nas mil frestas de janelas nuas
Das manhãs perdidas entre cães e outras vozes dobradas por medos vagos
E no coração o recheio de segredos e dores alimenta-se
Meios, formas, cores e um toque terminal.

Cores novas, mini hidrantes, medos mil, medos recentes
Amores de cor que em instantes suprimem novidades
Ausente, recomeço a reduzir canções a epidemias de vontades e cansaços
Vibro inteiro sob a lua que a covardia não me deu
A coragem ruge uma paixão.


quarta-feira, junho 22, 2011

O que fazer, meu bem?

A luz e o som do olhar,voz e cor do ser, são as ondas, nomes e asas pra voar.
Passa o tempo, vai como ondas zen.
O que existe fora o ato de amar?

E já vem o sonho que quis, brilhando no olhar, no mar
No voar  pra além do sol poente
Enxergando o ser e pescando o que se quer
Sendo o triz do amor que se faz presente.

E Deus, se ele existir, pode ter criado a nós
Por uma verdade boa de cantar!
Será azul?
Será paz?
As cores nos seguem vivas e fortes!
O que fazer, meu bem?

sábado, junho 11, 2011

Manifesto Hard Roots chinelão

 Respeito praca essa parada de macrobiótica, cuidados, bioenergia, tarot, reiki, Matemática, astrofísica e outras magias, mas sou estilo hard roots escarpado, não como nada que faça bem pra saúde que não seja alface, tomate, vire sopa com muita pimenta e possa ser frito como tira gosto, troco tudo por um bom boteco até cair de bebado com muito papo de futebol e acho o máximo a ausência de etiqueta e leveza, adoro humor negro, especialmente o que traumatiza e piadas sujas e pesadas como um elefante em banho de lama..

Entonces não me convidem pra parada que aconteça de manhã, que eu tenha de respirar e que tenha como item indispensável, calma, paz e tranquilidade.

ProcÊs terem uma idéia hoje foi a primeira vez que acordei seis da manhã e que vi a alvorada sem que fosse puto porque um vizinho ligou o som cedo ou porque eu tinha que ir pro aeroporto ou rodoviária pegar um onibus ou  fazer uma prova e que ia dormir até fazer bico mais tarde.Normalmente vou dormir seis da manhã, seja vindo do bar ou do computador.

Meu dia não contempla a idéia de relaxamento .. a não ser vendo jogo de futebol onde exercito palavrões por vezes vindos de onde nenhum homem jamais esteve. Meu sonho de consumo é ser o Aldir Blanc, o Moacyr Luz, uma espécie de Jaguar com mulher e conta bancária estável.

Meu sonho pra humanidade é que ela cresça, que desencarete e que pare de encher o saco com mimimi de moral,cívica, fé, Deus, papai noel, rosa, conversa de onibus, elogios públicos, abraços pró-forma, hipocrisia meia boca, cabelos feitos em cabeleireiro, sorrisos insinceros, torcida pra seleção Brasileira "com muito orgulho e com muito amor" e piadas de salão defasadas ou humor abaixo da linha da cintura.Aliás Noel e Rosa juntos é bacana, separados são um saco.

Meus ídolos no humor não eram aceitos na social e envergonhavam pais de família em festa. Minha lógica funcional é que se os anos 1950 acabaram e seria melhor que eles nem tivessem nascido, salvo uma referencia respeitosa a 1951, 1952 e 1958 e isso por causa do Fluminense e do futebol. 

Se minha piada lhe ofendeu ou você não entendeu a piada ou não era uma piada.

Não sou insensível... nem fresco.  Não escondo  mal meu narcisismo, nem tento esconder, minha vaidade não está aqui a passeio e é alimentada com boas doses de falsa modéstia.

Minha ideia de perfeição passa por cafuné, conversa, cerveja, sexo e futebol, não necessariamente nessa ordem. A única coisa mais importante do que meu bem estar é se as pessoas chegaram pro churrasco e se a passeata não apanhou.

Só não comprei uma boneca inflável porque ela de alguma forma lembraria minha mãe e não por complexo de édipo. A existência de um ser humano do sexo feminino a meu lado tem a mistura exata de encheção de saco com prazer que apimenta a existência. Em alguns casos a receita leva doses de pensão, no meu sempre evitei: ordens médicas..

Machismo e  homofobia são coisas sérias, por isso não faço piada com eles nem os levo pra passear, deixando os meus mais ou menos do tamanho do meu senso de ridículo e de meu civismo, com menos de dez centímetros.

Uma parte de mim é todo mundo, a outra procura se controlar pra não cometer genocídio.Adoro gente, de preferência em silencio. Criança é legal, mas é uma espécie de bicho de estimação que prefiro com mais de 9 anos.

Toda forma de amor vale à pena, mas algumas delas evito enquanto mantenho a sobriedade.

Não sei se tenho razão, mas procuro manter o estilo.

Se a culpa não foi minha não testemunharei diante de nenhum juiz.

E se Deus vier que venha armado.


sexta-feira, junho 10, 2011

Conquistadores

O murro é mundo é o alvo é o súbito frenético e sincero
Ato, risco, cúmulo do nú
forma rubra em topo de morro
O som cala fundo no desconforto físico
O urrro, o bumbo, a explosão sem sóis
Adjetivos comuns não funcionam sem luz
E sob a sombra nos traduzimos conquistadores.

quarta-feira, junho 08, 2011

Ser Muitos

Se manda em mim sou eu
Se não sou eu, quem é você?
Me diz, porque é mais que entender
É muito mais que supor
É resistir, é ser matilha
É outro pensar.

Ser muitos é parte dos homens
Ser muitos é ir e cantar
É ser, é tentar o que é
É reformular o que foi
É ser inteiro e mais um, é só ser.

segunda-feira, junho 06, 2011

Marchas

Voar, explodir,
Torna-se muita gente esperando na estação.
Gritar, grunhir, esfregando os olhos de choro e de paixão
Transformar mundos de Marte até o seu lugar
Se transformar em imensidão.

Cantar, ouvir, beijar, amar sendo do fogo o incendiar
Correr, tossir
Doer no urro e no lacrimejar
Dar com as costelas no brucutu feliz
Ser só raiz
Radicalizar.

Coisas, mil pessoas, mundos, fundos vão marchar
Sorte dessa vida que há o ir
Contra qualquer arma e amarrar
Contra o murro a nos proibir.

Ir lá, curtir, andar feito um tonto dos mais tontos dos sem Deus
Curar e rir a dor dos elefantes sobre os sonhos seus
É um dia e uma cidade a fazer-nos ver que somos ser e multidão.

Abram suas bocas e cidades, vamos ir
Sobre toda forma de esmurrar
Sonhos que lutamos pra construir
Gritos que urramos pra gritar!

E zás! Sumir!
Voando entre unicórnios e plebeus
Moer com um rir cavalos e soldados tortos, seu rei e seu Deus
Recuperar a pele, o sonho, o alvo e o caminhar
Porque há mais o que fazer...