É bom sorrir no mar deste nascer
O sol parece um mundo meio inventado
Cruzes perdem as pétalas
Vamos ver a cor dos ursos, os Rinocerontes
Os Azulejos claros.
Um brilho no olhar e o silêncio sussurra o céu azul
Um risco e o mar se parece com estrelas
E tento não sorrir
Olho os prédios que ali parecem artes de navegador
Escuto o samba
Tento ver o luar
Escalo ondas
Vento a deslizar
Toda essa sutileza poética que esquece de dar nomes
Dá só cores.
É bom rever-se invento qual perder um sonho ao léo
A construção do sonho abunda de medos, de cortes rasos
A rua é qual a lua sorrindo de puro apreço
Pelas pernas, pelas nuvens, pelos sóis de teus olhos raros.
Um modo de andar, uma forma qualquer de rir
O Sul a me repíntar no mar e nas estrelas
Abro um largo sorrir
Por me perder ali no centro do sonho, feito ardor
Estrela mor de deixar-se abarcar
Uma forma móvel de se encantar
Pela lucidez tão perversa, pela leveza incólume de viver o hoje.