sábado, dezembro 17, 2011

No vão do olhar

É como um sol, como eu só , um fim
É como um surto, um tom, uma parte
É rara e fina arte
O risco do riso é o súbito símbolo de viver.

Há sinais e faces pelos eternos e simples medos
É passo a passo a fala
Que vem, desamarra o grito, o sutil verso, o sim.

Qual em surpresa o olhar se faz infinito
Se faz voar
E como nunca antes o brilho fino é explosão
É antes
Dê-me a falha, a espada
O rumo volátil de mim é um simples querer.

Dê-me já a fala na qual declamo o mesmo medo
Dê-me um bom segredo
E dou-te o ardor do fim, o desejo de ser
O súbito silencio do mar
Silêncio redito no vão do olhar.



terça-feira, novembro 22, 2011

No peito e imaginação

Meu desejo é de mar, de fome de ir
Espero a avenida do mundo se abrir
E os ventos das emoções rasgarem o medo de Deus
E em filmes e revoluções fazerem vida, poesia e leis
Rasga a terra com o sol de uma mão
Faz-se palavra de riso e lida, de honra e paixão.

E o vento e a paz que vejo sorrir
É deslindar alegria no plano de ir
Andando com o sol na mão
Ventando  no som que vem
Toando um violão, plantando gente, folha e um sol cortês.

Haja terra e sonho de chão
Pra plantar palavra vida no peito e imaginação.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Tornar-me comida

Espero, aguardo, armo alguma vã coragem
De um sentido simples e pobre de consciência
Porque meu medo chama o amor
E amor é súbita inverdade.

Rasgo o som com uma voz roufenha
E sugiro enfim uma canção quieta
Pra deglutir as verbenas
E o sentido de haver quintais.

Se há sentidos entre as coisas boas que vivem
Nas esperanças e azaleias presentes em passados
Nem sei se foram meus ou foram morte
Enquanto me espalho nos dias
Sendo apenas mais vida
Catando o ser e o sentido triste
De tornar-me comida.


Uma forma de arte

Espere com uma pá a dor, os covardes
Espalhe segundos nos gramados
Compre carros com multas atrasadas
Se esparrame nas mesas já guardadas
Dos botecos das cidades pequenas
Se espelhe nos tantos problemas
Que nos constroem com o que se tem.

Esqueça a cruz e siga o ritmo das incertezas
Esqueça o som "emprego"
E deslumbre-se ao som das estrelas.

Há sempre um bom lugar
Há sempre um deserto, um mar, um sol, um campo
As luas atrizes banham o sonho
E o inferno quebra as lampadas.

Canse sorrindo à vontade
Viver é verdades
É comer vespas e artes.

Canse comendo alfaces
Sugiro vaidades
Espere um  Deus e mate-se à vontade.

Espalhe um sorriso de alma fraca
Conduza um cão cego em uma vã viagem
Esqueça o sim, o SUS
Tenha medo do mundo, da praça.

Esqueça a luz das verdades, pois todo o tempo ela se oculta, opaca
Procure em si as desgraças
E faça-te uma forma de arte.


Glória

Me dê Tucídides, nega!
Se sacoleje no mar
Esconda velhos segredos, me deixe apenas flanar!

O rumo é um surdo marcando o jogo
Estrelas cansam seja o que for
Se há um risco ele é doloso
E a calma é o erro do autor
Me deixe quieto na cama
Olhe ao redor faça o favor,
E conte uma História nova.

Suspire aos sóis, desescandalize,
Inspire uma revolta , despiste
Há horas em que manter a calma é prévia de tomar porrada.



Mê dê Rodrigues, nega!
Suspire o enfermo pesar!
Cantarole um degredo,
Me dê um verso de cantar!

Se há futuro, ele é doloso
Esperas cansam, correr dá calor
E todo risco é de bom gosto e acalma  o sentido da dor.

Me espere e evite dramas
Olhe ao redor faça o favor
E veja se chegamos à Glória.



sexta-feira, novembro 04, 2011

Oposição

Um divino, um sentido, giz
Um segundo de dor, um chão
Uma cor, um olhar, a liz de pequena vã emoção
E o mar me faz nascer
A voz do fogo é ver
E a cor me dá razão
A luz só faz sentido se for em oposição.


terça-feira, outubro 18, 2011

Despertar

É o rir- me só, um sonoro sim
É um vislumbre, é um start
Talvez calma calada
A sonora calma do esporro começando a comer
Quase um face a face entre o singelo som da arte
E a estrela farta das coisas amargas do simples sutil se esconder
Mas não se assuste,vá!
É só meu sentido de ir, morar.

Cale-se um instante!
É só ouvir e cantar cantante
É ser alma arrancada da terra que dói até de ler
Veja a calma do eterno segredo
Do simples morrer sem ter medo
O mundo é contrário ao urro de quem não quer morrer.

Abra sua alma
A calma é o velho som de ter medo
Ria e chore se for cedo
Espere acordado o sentido sutil de viver
Vá entender, se informar
Só há um destino
Um despertar.

domingo, setembro 25, 2011

Nomes Torturadores

Num súbito urro vago, em estúpidos e fétidos sequestros
De adjetivos e esdrúxulos nús
Descurvo o mundo, a muda, o surdo-mudo ato do riso
Em livre, solto
Um risco, um sonho, um só desígnio incomum de muitos mundos
De luz
Que qual sombra obtém nomes torturadores.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Afirmando nãos

Desgrace-me, cale-me
Desfeite
Intenso delírio faça-te entender
Esqueça-me mágoa
Dá-me o aceite
Rasgue-se, trate-me o ver.

Feche a porta, desligue o me deixe
Esqueça-me despeito, desejo, o que for
Me queima na água ou no azeite
Faça-me o favor!

Dá-me linha
Deixe-me ir desvoar
Quero-me simples calar
Surdamente mudo
Dá-me a trilha de descolar-me do ser
De desvoar a canção
Deixe-me afirmando nãos.

quinta-feira, setembro 15, 2011

Em um Nós forte

No mei, no pé, no ar cansado
Nas dores, nas juntas, nos freios
Espreito a fé, me esbarro, amasso
Sou cores, sou burca, sou negro
Sou muitos, sou mundos e fardos
O tempo é o algoz dos medos
Há dores, há mortes, há carros
Há foices, há bombas, há jeito.

Ardores me amarram a cara e o mar
O surdo corrompe minhas mágoas
O chão me demove de ódios
O ócio me devolve o corte
E as dores, as dores
Me fazem me replantar em um Nós forte.

PS: Sobre mais uma onda de racismo e ódio que invade este mundo, agora a justificativa foi uma Negra bela ser eleita miss.

quarta-feira, setembro 07, 2011

Olhares

Rusgas, novos modos de se ver
Espalho Deus no ar
Resgato um velho invento, vou morrer só pra ressuscitar
Minto sob lágrimas sem ter nem de me explicar
Rimo altos graus de ser e ter só pra me desmontar
Nas ruas nuas, nas vinhas, na aurora
Nas muitas dúvidas que tive outrora
Decerto ando sem sequer saber.

Dias, horas, noites de não ver
Horas de acordar
Guerras, foices, martelos de ter de ir até o mar
Olho meu olhar de ver você e como o bom sonhar
Com as agruras que teci nas horas
Repinto os dias com minha sorte e agora me finjo um plano
Rasgo o véu que vem
Risco o nome de escrever pra você ler sem saber.

Calo meu medo do estranho
Acalmo os dias cantando um som de Elomar
Reajo ao medo voando
Me jogo ao sol desumano do dia de andar
E todas as dúvidas me tiram as amarras
Avanço como um suicida nas bordas e viro anjo
Vôo a ser ninguém
Todo o bom de ser quem quer é poder não ser também.

Aqueles novos ontens e velhos hoje.

Um sol que esbarra no espaço algum do ser
Estrela desconexa de abrir diário
Janela aberta e o vento vem dizer um segredo surdo de vocabulário.

Espalho detrás dos morros um sorriso azul
Espelho o lugar e o mar que as estrelas algo em cheio sorriem
Ao me mostrar assim um sonho de inventar mundo e cor
Vôo ao longe no meu próprio andar
Aberto ao bom de ir e vir, cantar
Em meio ao surgir das conversas sobre os tantos mundos
Os Ontens e novos hoje.

É velho o sorriso de mundos que não são meus
É doce o descobrir em silencio os tons exatos
As luas e ruas transitam no mesmo apreço
Dos lúdicos motins e lutas vermelhos diários.

Imagino um mar tricolor, um sonho, um som ao sul
Espalho o luar, o brincar de Laranjeiras
Arco-íris de rir
Brinco de ir e vir no vento ao sol
Em um vapor de café feito com um doce olhar
à lus das horas tudo é um passar
E vem aquela boa conversa
Aqueles novos ontens e velhos hoje.

domingo, agosto 14, 2011

O mau humor é ver e rir mais grande

Um mais um
Uma forma de ar
Um segundo de ser
Há até minutos antes
E na dor, no olhar, no sol, no cão, no chão
Na rua grande
Enfim o fim faz nascer mais lado nas briga, nas buscas, nas lidas que nascem antes.

E o sim do mar e do carnaval não parece longe
Assim que nós criar pata de patamar brilhante
E enfim o fim se doura na suburbana forma de olhar distante
Balanço Oxum no azul da cor do Oxóssi
Logun não gosta e grita grande.

Desdizer, não dizer
Dizer faz mal
Vou nascer e ver o Zumbi antes
Madureirou o som do tom de amar
A forma de andar no sol
O mau humor é ver e rir mais grande.






quarta-feira, julho 13, 2011

O tema de "O Astro" é uma perfeita descrição de sua época

Aula de João Bosco e Aldir Blanc na criação de uma descrição de personagem e mais, de um personagem em um Rio de Janeiro em fins da década de 1970. A grandiloquência da música, o teor canastrão da letra é perfeito, uma poesia perfeitamente descritiva. Aldir segue a escola Noel de Vila Isabel e faz uma perfeita descrição poética do cotidiano através de um personagem. E ainda demarca a época com perfeição sem ser datada.

A letra:
Em setembro
Se Vênus me ajudar
Virá alguém
Eu sou de virgem
E só de imaginar
Me dá vertigem
Minha pedra é ametista
Minha cor, o amarelo
Mas sou sincero
Necessito ir urgente ao dentista
Tenho alma de artista
E tremores nas mãos
Ao meu bem mostrarei
No coração. Um sopro e uma ilusão
Eu sei
Na idade em que estou
Aparecem os tiques, as manias
Transparentes Transparentes
Feito bijuterias
Pelas vitrines
Da Sloper da alma


sexta-feira, julho 01, 2011

Método de amor e sedução shao lin

É sabido e notório que sedução é algo ensaiado, uma forma de arte pouco dominada pela maioria dos possuidores dos cromossomos XY, nós os ditos machos da espécie. Mesmo este blog sendo uma forma de divulgação da poesia máscula sensível carpada, é, vez ou outra, abrigo de sabedoria de gosto duvidoso e ensinamentos eficácia de impossível comprovação.

A sedução, este ato tenebroso de aproximação ao sexo oposto com o fim de procriação, realização emocional ou somente de saudável recreação, é um dos momentos em que a arte deve ser utilizada com o fim máximo de qualificar o oponente do toco irresistível para o drible na manha feminina do bico na bunda perfeito. Seduzir é sobreviver, às vezes a muito custo, e subir o evereste de sunga, e isso tudo ao mesmo tempo.

Baseado nisso e conhecedor que sou dos métodos de sedução Shao Lin busco neste texto ensinar aos nobres machos perdidos na sarjeta da vida os métodos mais seguros de sedução, ao menos os conhecidos pelo homem.

Os dois métodos centrais da sedução Shao Lin é são a sedução força, baseada no método viking, e a sedução arte, comprovada pelo esbelto Método Hong Kong Fu do Tigre. 

A sedução força do método viking é de fácil explicação: é a utilização de vosso corpanzil amestrado numa abordagem a la Piratas do caribe em busca do beijo na surpresa da moça e com sorte mais que isso, mas a modernidade de mulheres faixa-preta exige para isso que você, meu nerd magrelo querido, ganhe massa muscular e advogado bom, porque não tá sopa pros Vikings não.

A sedução arte do Método Hong Kong Fu do Tigre consiste no equilibro entre velocidade, delicadeza, sutileza, papo e um "vem cá minha nega" bem dado. Inclusive o bote é de serpente e o método tinha de ser de Serpente, mas os publicitários da ordem Shao Lin acharam que vendia mais ser do Tigre, enfim, vamos à aula.

O Método Hong Kong Fu do Tigre exige do seu utilizador pra inicio de conversa a perda da frescura de dizer um oi. Isso é o passo inicial: Diga,oi! se ela rosnar afague-a com o olhar como se ela fosse um poodle irritado.Se o rosnado aumentar mude de alvo.

Abrindo a conversa busque, através do processo dedutivo, entendê-la, observe-a, ouça-a, saiba o que ela é, faz, e quer. O importante é mantê-la interessada em você, fazê-la perder o medo, se aproximar. Com o papo rolando solto e que foi de Foucault à cueca, passou pelo gol do Ciro e pelo amor multidisciplinar é possível a inclusão de elogios na pauta. Elogie, mas sem exageros, o Método Hong Kong Fu do Tigre exige equilíbrio e frieza, cachaça ajuda.

No andar desta carruagem chega o momento do ato principal do Método Hong Kong Fu do Tigre, que é a abordagem. A abordagem final é a representação perfeita da velocidade, o mais perfeito afrodisíaco, somada à delicadeza e ao "Vem cá minha nega". Com o alvo vislumbrando seus olhos, fechado e focado na sua fuça feiosa de macho barbado, busque um movimento que permita um bote labial somado ao enlaçamento pela cintura em uma umbigada perfeita e coordenada, que tira fôlego de de recordista de mergulho sem aqualung. Mas não basta beijar, tem de beijar sem perder a pegada e nem comer a língua da moça, tem de ser sutilmente misturado, sacado, gostado. Às vezes o uso do método é mais gostoso que o resultado, por isso é sempre legal.

O Método Hong Kong Fu do Tigre é um método que exige mais dedicação que força e conta ponto a longo prazo, permitindo inclusive a reciclagem de atingidos anteriormente, dada a enorme popularidade e a lembrança boa. Exige estudo constante tanto físicos quanto intelectuais e por isso nem sempre é popular.

O Método Hong Kong Fu do Tigre é uma das melhores opções no circuito barzinho, banquinho e violão.Não é recomendado em circuitos of road, tipo boites, raves e quejandos cuja audição vai pro saco e conversar é tão inútil quanto levar um arenque pra farejar antílopes na Savana. Para estes ambientes o Método Viking é o mais popular, o que os advogados adoram.

PS: Para saber mais sobre o "Vem cá minha nega" procure informações sobre Umbigada e Maxixe, ritmos de onde se originou este golpe shao lin.

quinta-feira, junho 30, 2011

Ausente a cruz

Nomes Sol
Ardem palavras entre azuis
E qual fogo o vento grassa em letras
Some a cruz.

Os céus tão nus levam-me terra aos pés
E toda a Terra é filha grata das cores, da luz.

Noto-me de Rio e infindo o Rio leva-me ao mar
Mar de correnteza, corpo areia, mar na veia.
Calmo, o som do homem é chão
A flor de sua paixão é esperança, é cheia
Lua clarim, ilusão, espantosa visão das belezas, das teias
Que trançam esta visão apaixonada da cor, do amor e da vida
E a própria luz viva
É um sol, o sol que o olhar mal traduz
E faz-se novo
Em Rio, em mar, em vida, ausente a cruz.

quarta-feira, junho 29, 2011

Poeta besta vê cidade e sorri de emoção

É uma calma, é ter nos olhos uma forma de sonhar
É hora errada, é uma fome, um zelo
E nos espanta essa saudade, a ansiedade, essa forma de voar entre os dedos, os elos
Pelas praças, cronicas deslizam nos afagos de outro ser
E nas pausas entre os dentes sai um verso sem querer
A cor do alumínio sobre o mármore tinge de detalhes legais o desejo de se curtir.

E na manha se conduzindo a vida
Se eu ponho sal, ela pede um doce e a lida faz o som de curtir
Se parecer com paz que perambula a nos enlaçar
E pelos altos sons dos sonhos esperamos termos asas
A luta é dura e precisa de ar.

Versos, somas se misturam aos nomes
E o desejo básico de apenas se olhar
Há ruas, carros, que amparam-nos, vedetes no teatro que luzia um drama peculiar
E nos espaços é mais uma vez cidade
Somos lua e motos, prédios, vozes e cabelos
Há um sussurro tão insano que parece incentivar
Que essa sina não é pesadelo.

Medos, dramas?
Não há nada parecido, há talvez a ilusão de sermos outros desta vez
A cada gota desta vida se aprende uma lição, a cada letra uma palavra, talvez três.

Há tantos outros meios termos, sons, canções, um halls
Um trago, um gole, um instante ouvindo Rock meio avô
E a gente tem o medo, o sonho, a tela pra tentar e se não der não ficar de horror.

Se há razões pra incerteza, só não por sal
Espelhemos o dia a dia, o sol, o chão
E que a paz que a todo tempo queima
Nos faça cinema, jamais televisão.

E que os ventos abençoem a gente num minuto de repente
E nos faça aprender que são dois iluminados por um dia
Uma batalha, uma lida que tem de acontecer
E nesta esperança escrevo todo ano, todo dia, no marco dos retratos, nas formas de olhar
No sol que me assina o tom exato de aprender a ser mais terra, água e ar.

Que o sol nos faça crescer, entender o todo, saber
O rir, o ir e o amar
E que seja assim o bom de ver-te ver a mim um porto bom de se atracar.

A dois, a mil, milhares, muitos
Sós, a sós, em muitos mundos, tantas gentes, tão dois.
Só quero esse sorrir que me desprende dessa terra e acerta o bom de ser depois.

Não há rio, não há casa, não há ano, não mais
Só um dia após outros, sem infernos
Na calma, na manha, na batalha, no grau de cada ato, importante, eterno.

E na simples semana nos tornamos só dia
E na dúvida o que arde é só mesmo o coração
E cantando estrelas e ouvindo o mar
Poeta besta vê cidade e sorri de emoção.

terça-feira, junho 28, 2011

Sem medo de dizer que sim

De dormir o sonho fez-se canto de uma vida
Um riso, um rasgo, um grito de torcida
Um universo feito só de coração.

Um só ir
Caminhos construídos por destinos
Por urros ganhos no grito, no ritmo
De bandeiras de um vermelho surreal.

A fazer
Há mundos,outros mundos tão possíveis
Há atos e memórias invisíveis
Arcos-íris feitos por braços e sins.

Há tanto vento a ser voar
Há tantas vozes a dizer "sem fim"
Há jeitos imensos de querer ser mar
Sem medo de dizer que sim.

segunda-feira, junho 27, 2011

E a Esfinge vai e não te come

Rola o sol e a cor dos olhos vai
Foge o sol e a noite  finge
E do medo corpo é hospedeiro, hospedeiro torto do amor
Do sabor sem paz

Não há mais o sol e todos somem
Não há mais o segredo sussurrado por ninguém
Nem há sol
E nas entrelinhas se pesca a Esfinge
E a Esfinge vai e não te come.

domingo, junho 26, 2011

Sua casa, o coração

Será doce este amor, como fúria, como vista de montanhas, como dúvida?
Será forte, será vida espantada de vontades, inventada, de mentira?
Será fome, será ódio, será casa de formigas?
Cada gota é qual espada, agitando um coração
Que de medo faz-se arma
E coragem, invenção.


Se for fogo este amor, feito inteiro pra queimar tanto senso quanto gentes
Empenhadas em amar?
Será feito de sarjetas, de ilusões perdidas?
Será acor de um remorso, construída, esculpida?
Como aço de palavra nos transtorna a invenção
E de alma somos arma: Esperança e mansidão.

E se como todo amor ele apenas for palavra,
Quase um nada, quase nada
Um tom, um som, um clamor?
Será ele tanto chama quanto doce, quanto fé
E seremos dois, nas tramas que a palavra assim fizer
A entendermos sonhos, jeitos
Toques, fomes, raivas, dons
Construindo de corpo inteiro
Sua casa, o coração.

sábado, junho 25, 2011

De ninguém, nem nossos

Como uma cena de velho cinema, um deslumbre semi fatal, ela desanda a lembrar-me cama.
Como se agora perdêssemos horas a buscar-nos não discutir sobre ventos e inventos, dramas.
Seremos pena, um sol, cinema teatral?
Um casal entre cinco mil, únicos, desiguais?

E se somente for tempo presente e o presente nos for desigual?
Teremos tempo pra do instante fazermos drama?
Assim se aguenta o medo tão quente de vermos-nos sendo fim
E no seguinte instante chama.
E somos o que inventa do nosso cinema um ser assim
Um destronador da paz
Um espelho do eu, um desanuviar do sim.

Já não vejo o medo da rua, da curva e nem há uma razão
Há só o caminhar nas camas
É a velha cena,  o beijo, o tema, somos assim
A sempre sermos de ninguém, nem nossos a ver-nos sempre por bem
Sem fim..

sexta-feira, junho 24, 2011

Navegar sem fim

Ocorrem céus em nuvens suspeitas
Luas desmascaram ais
Corre o azul entre dedos e aspas, luzes apáticas douram o fim do sol.

Ruas se vão entre novas metas
Cidade intensa em mar
A revolver invenções ascetas, vozes complexas,
Tempo que volta atrás.

Livros e ares de ver
Dão-me um fim feliz criando um mar e um sol pra dizer-te um rir.
Vidas e olhos de querer dão-me um simples sim
Flores que do ar do amor, trazem-me o giz.

Quase qual corte entre o inútil, o vil e  o banal
Nasce uma sorte virada em música, formada música do som do não ouvir.

Tom sobre tom idéias e estrelas vivenciam certas
O alvorecer de mil incertezas, toda incerteza que faz brilhar um sol.

E em cinzas o alvorecer
Cria um novo ir
Velhas canções adotam meu ser em sins
Que findam e dizem-se mais
Querem-te mesmo assim:
Vamos ao mar, amor, navegar sem fim.

quinta-feira, junho 23, 2011

Seremos nós o que nos faz tão bem?

Luz do sol, jardins, flor no meio do mar
Raio de lua pra beijo meu molhar
Cor dos olhos, ais, sopro que faz bem
Casas velhas, ruas novas, novo olhar
E o que vem é um simples sim
Trazendo luar pra nós
E em dúvida acho melhor voar
Pra viver  tentar ser feliz
Gozando um sussurro algoz
Sendo presa, caçado no mar do De repente.

Sou eu ou será você capaz de juntar os nós
Que trazem verdade ao nunca mais?
Sonhos nús, novo mar, eternos édens?
Seremos nós o que nos faz tão bem?

A dor se ergue e se faz nascer

Me dê uma palavra!
É assim que se sucede toda vertente de se recriar
A cada ânsia e medo a palavra se retorce e se faz olho.

As nuvens mais escuras descem a observar
O céu que escurece no medo de ser
E se isso tudo é feito de amor
O chão se ergue procê aprender.

Me dê sua palavra!
Assim a  sede de não ter sede pode piorar
A alma canta o medo de não ter água
A água morre de não lhe escutar
E as almas que são chuva esquecem de voltar
O vento se desaprende a  lhe perceber
Se isso tudo é feito de amor
A dor se ergue e se faz nascer.

A sina faz-se alma

A canção que me encerra
Parece voz selada em destinos vis
Repara um segredo exato e trilha caminhos que pintam o que o peito meu
Cria entre tardes novas e o riso que vem ver
A vertigem da palavra que transita em sons e casas.

Sinos calibram tropeiros
As mulas rodam sem notar o seu lugar
Montanhas caem dos dedos
Imagens são futuros qual pintados em maquinários lisos
E segredos caem dos cachos, a alma respira livre um velho bom saber
E o terreno da palavra, arado reage e dá florada.

Todo amor é dor e velha hora
Tempos são estudos da alma no grande caminhar que parte peitos e lidas
Vestígios de perfeitos sonhos trilham velhos caminhos
E se vão embora
E somos tantos assim no simples dom de voltar
Calamos os outros que fomos longe em um tempo
que dá-se ao mar.

Nas voltas somos novos
E eternos na lembrança de quem se quis ser ao olhar
Das lindas formas de loucura que repintam nosso desejo
As estrelas negam dor e o sonho é um segredo de amedrontar
E é neste tipo de estrada
Que a sina faz-se alma.

Voam, banais

Salta a lua cheia
Peito é igual
Sutis linhas finas, rimas, descanso, olhar
Escrevendo sinas
E o gosto de voar
Deduzindo ferros, flores, cantos, altar.

As ruas repetem o bom da fé ao lembrar as vezes que riam ao andar
As palavras giram ao serem mais
Sintonizam vidas
Morros cantam jograis
E a calada vida suprime o mal
Para que possam ir e respirar
Além da própria vida
Voam, banais.

Ruge uma paixão

Flores, almas, cães e nuvens nuas  fazem o sol perder-se em festa
A fala dos homens suprime o medo e a alma rasga-se em festa
Vejo álibis, segredos, sonhos e mil corações que em cheio largam-se
Sobre outros corações
O estalo do galho aponta um livre e sutil engano.

As Marias, Luzias, viram-se nas mil frestas de janelas nuas
Das manhãs perdidas entre cães e outras vozes dobradas por medos vagos
E no coração o recheio de segredos e dores alimenta-se
Meios, formas, cores e um toque terminal.

Cores novas, mini hidrantes, medos mil, medos recentes
Amores de cor que em instantes suprimem novidades
Ausente, recomeço a reduzir canções a epidemias de vontades e cansaços
Vibro inteiro sob a lua que a covardia não me deu
A coragem ruge uma paixão.


quarta-feira, junho 22, 2011

O que fazer, meu bem?

A luz e o som do olhar,voz e cor do ser, são as ondas, nomes e asas pra voar.
Passa o tempo, vai como ondas zen.
O que existe fora o ato de amar?

E já vem o sonho que quis, brilhando no olhar, no mar
No voar  pra além do sol poente
Enxergando o ser e pescando o que se quer
Sendo o triz do amor que se faz presente.

E Deus, se ele existir, pode ter criado a nós
Por uma verdade boa de cantar!
Será azul?
Será paz?
As cores nos seguem vivas e fortes!
O que fazer, meu bem?

sábado, junho 11, 2011

Manifesto Hard Roots chinelão

 Respeito praca essa parada de macrobiótica, cuidados, bioenergia, tarot, reiki, Matemática, astrofísica e outras magias, mas sou estilo hard roots escarpado, não como nada que faça bem pra saúde que não seja alface, tomate, vire sopa com muita pimenta e possa ser frito como tira gosto, troco tudo por um bom boteco até cair de bebado com muito papo de futebol e acho o máximo a ausência de etiqueta e leveza, adoro humor negro, especialmente o que traumatiza e piadas sujas e pesadas como um elefante em banho de lama..

Entonces não me convidem pra parada que aconteça de manhã, que eu tenha de respirar e que tenha como item indispensável, calma, paz e tranquilidade.

ProcÊs terem uma idéia hoje foi a primeira vez que acordei seis da manhã e que vi a alvorada sem que fosse puto porque um vizinho ligou o som cedo ou porque eu tinha que ir pro aeroporto ou rodoviária pegar um onibus ou  fazer uma prova e que ia dormir até fazer bico mais tarde.Normalmente vou dormir seis da manhã, seja vindo do bar ou do computador.

Meu dia não contempla a idéia de relaxamento .. a não ser vendo jogo de futebol onde exercito palavrões por vezes vindos de onde nenhum homem jamais esteve. Meu sonho de consumo é ser o Aldir Blanc, o Moacyr Luz, uma espécie de Jaguar com mulher e conta bancária estável.

Meu sonho pra humanidade é que ela cresça, que desencarete e que pare de encher o saco com mimimi de moral,cívica, fé, Deus, papai noel, rosa, conversa de onibus, elogios públicos, abraços pró-forma, hipocrisia meia boca, cabelos feitos em cabeleireiro, sorrisos insinceros, torcida pra seleção Brasileira "com muito orgulho e com muito amor" e piadas de salão defasadas ou humor abaixo da linha da cintura.Aliás Noel e Rosa juntos é bacana, separados são um saco.

Meus ídolos no humor não eram aceitos na social e envergonhavam pais de família em festa. Minha lógica funcional é que se os anos 1950 acabaram e seria melhor que eles nem tivessem nascido, salvo uma referencia respeitosa a 1951, 1952 e 1958 e isso por causa do Fluminense e do futebol. 

Se minha piada lhe ofendeu ou você não entendeu a piada ou não era uma piada.

Não sou insensível... nem fresco.  Não escondo  mal meu narcisismo, nem tento esconder, minha vaidade não está aqui a passeio e é alimentada com boas doses de falsa modéstia.

Minha ideia de perfeição passa por cafuné, conversa, cerveja, sexo e futebol, não necessariamente nessa ordem. A única coisa mais importante do que meu bem estar é se as pessoas chegaram pro churrasco e se a passeata não apanhou.

Só não comprei uma boneca inflável porque ela de alguma forma lembraria minha mãe e não por complexo de édipo. A existência de um ser humano do sexo feminino a meu lado tem a mistura exata de encheção de saco com prazer que apimenta a existência. Em alguns casos a receita leva doses de pensão, no meu sempre evitei: ordens médicas..

Machismo e  homofobia são coisas sérias, por isso não faço piada com eles nem os levo pra passear, deixando os meus mais ou menos do tamanho do meu senso de ridículo e de meu civismo, com menos de dez centímetros.

Uma parte de mim é todo mundo, a outra procura se controlar pra não cometer genocídio.Adoro gente, de preferência em silencio. Criança é legal, mas é uma espécie de bicho de estimação que prefiro com mais de 9 anos.

Toda forma de amor vale à pena, mas algumas delas evito enquanto mantenho a sobriedade.

Não sei se tenho razão, mas procuro manter o estilo.

Se a culpa não foi minha não testemunharei diante de nenhum juiz.

E se Deus vier que venha armado.