sábado, dezembro 29, 2012

Ser, ter, querer...

O que sou era
Pois sou apenas uma presença alheia
Nada original
Sou apenas das canções que misteriosamente pleiteiam teu sorriso.

Sou apenas o que observa a forma desigual que tu falas dos verões
Sou apenas o não presente que enxerga com coração uma casa a passear
Sou teu som de ir e vir pelos bairros, pelo mundo estrelista tão azul que tens sob os pés
Estou para ver, ser, ter, querer...

sábado, dezembro 08, 2012

Dos barcos de homens ateus

Se os olhos destes passos fossem mundos
Estrelas do mar
E os marcos dos olhares, das favelas
Fossem outro voar
As artes dos pedaços das estrelas
Seriam o lar dos muitos tantos mil sonhos
Dos tantos ventos sem céus
E cada parte das velas seriam mares sem deus.

Se os muitos mil milagres dos desmundos
Calassem o cruel afago da covarde vida eterna
Do medo do mar
Ruas seriam insanos risos e doces de um mel
Feito do suor que a terra dá a quem semeia seus deus
Um deus feito das velas dos barcos de homens ateus.