terça-feira, maio 31, 2011

Na Sala Escura

Luz, contra luz, cenários, ervas, ansiedade, ação!
Cinema cruz ou mil janelas que me fazem paixão?
E todo amor que houver, planetas, parecem só vazão a uma forma de irrazão
Que surrealiza poetas.


Voadoras, amores, velas, mares, cruzes, quintais
Grandes Gandhis ou um minueto
Castratis, Zumbis, Gerais
Fazem novo luar nos olhos de meninos pretos.

Toca na rua velha trombeta, chama revolução
Velha na sala escura, planeta planeja reinvenção?
As ruas são urros analfabetos feitas de gritos e canções
Quase cena de ação
Quase um Ken Loach possesso.

Tão velha quão a primavera, reza lenda de condão
E na janela a velha fera nasce menino em vão
E qual poeta que inverna
Rasga num riso a sutil emoção
De filmar-se  ao lado da bela.

"Abre teu coração ou eu arrombo a janela".

domingo, maio 08, 2011

Uma nossa capital

Sinos e olhos
Luzes cruas nas águas da fonte
Ruas, muros, hidrantes
Uma cidade normal.

Luas  e óbvios mil motivos pra medos brincantes,
Amores diletantes de uma cidade normal.

Cores e vôos das palavras no ar
Tudo de novo sendo última vez
Como se fogos celebrassem chegada de anjos
Gritos de velhos cantos
Sinfonia gutural.

E entre os passos somos apenas um parco instante
Então sejamos horizontes
Avancemos pro espaço guardado
Pelas nossas manhãs
E nestes olhos que a cidade repreende
Façamos lentamente uma nossa capital.