sábado, abril 07, 2012

Adoração

Não sei falar de amor, só faço arte
Talvez perambulando nas manhãs onde cato poesias
Faço apenas alarde
Das nuvens que vadias lambem os cães.

As luzes que atropelam as semanas
Conduzem um sentido, uma canção
E desenho nas trilhas de meus dramas, que ufanam
Uma velha mania de cantar
O solo, a voz macia desta preta
Que me acostumei a aveludar
Nas fantasias que crio na pirambeira
Do meu costumeiro sonho-canção.

Não sei fazer amor, só falo arte
Entregue a este ritmado crer
Que torna-me segredo de cidades
E parte das ruas que deduzem o amanhecer.

Avanço qual um tolo pras coragens
De tudo mudar por uma canção feita mulher
Que n'outra velha cidade
De mim fez ser esta adoração.


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