Rua rara, redesenho, luz de invenção
É improviso de deserto
Grau de inverso que me desespera o verso
E acorda o medo, o incerto
E na paz redança um som de hidrantes.
Rua rara, luz de lua, reinvenção
É delírio do diverso, um ermo externo, uma espada, vã, calada
E na luz das coisas nuas das revistas
Ganha armas, ganha asas
E assim sinistra
Se desbasta do meu ver
Da poesia.
E da arte vai, o sol, a paz, o jeito que ficou
Após o dizer ser dor e voz
E cor
E assim amor
Tudo é risco.
Rua rara, aprendiz da nova canção
Sendo a isca da esperança e de um éden que se desenha à risca
Como um pires sob a xícara do domínio
Sustentando o desabafo, o kitsch destino que se fez o lamentar da rês
Ao se imolar.
Rua mundo feita fundo de um meu som solar
Canta o sal desse andar pelos mil mundos
Faz de mim um ecoar dos mais profundos
Mil lugares, ruas, luas, moças nuas
Faz de mim um samba astral, uma só pele, uma bravura, uma amargura
E enfim me dê lugar a ver-me aqui
A ser só mar.
Nua a cara, a trilha, a vida, a fina aula de sofrer
Dá-me à lua uma costura, um fim
E eu lá a cantar, ver TV
Sem sentido.
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