Dói
Dói como rir, como perder-me
Dói como ir
Como ver-me longe, ver-te longe
Ver-me nu em mim, na música.
Dói como matar-me, matar-te na contradição de prender-te e querer-te vôo
Dói por combate
Em mim, em fins, em sins murmurados
Em caladas manhãs
Em surrados bons dias.
Queria ser só, único
Queria ser mil, muitos
Queria e só, muito.
Saber amor é também saber sair
Saber fugir ou correr nas ruas e lumes
Saber egoísmos e saber mundos de ver-se
Hoje, atroz, a sombra do horror de mim murmura
Em mim murmura o negativo de ser.
Diferentes, díspares
E assim, querendo e não vendo e não sendo
Caminho e temo
E urro
E sinto
E vivo
E respiro
Talvez sorria
Pois é inescapável querer-te.
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