quinta-feira, abril 12, 2012

A ilusão suspensa das palavras

O ar corta o delírio
O vento disfarça o querer chorar
A lágrima dói com gotas de passado
Resseca o mar de meu lábio, meu pão
E arde a semente de medo no peito
Arde o notar-se só, imperfeito
Restrito nas penas, nas palmas, nas gentes que tornam-se ar
Abre-se o porão das palavras
As marcas do que vi
Saem de mim as loucuras, os risos moleques
Desespero tontos, tolices urgentes
Calos e pequenas grandes perdições
E a raça, a alegria se calam
E no grito noto-me sem esperanças
E o futuro parece apenas a falha
Delírios
Sentidos
Pequenas ilusões.

O dom de perde-me na voz
A ilusão suspensa das palavras são as palavras
E eis aqui minha loucura desabando.

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